O economista Marcos Mendes diz que em termos de peso de despesa do Orçamento do governo federal, cerca da metade está nos benefícios sociais e previdenciários, como aposentadoria, pensão, auxílio-doença etc.Especialista em finanças públicas e política fiscal, ele diz que é preciso fazer uma reforma nessa parte para se ter o impacto fiscal significativo no Orçamento. Marcos Mendes participou do episódio 271 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.“O argumento de não fazer porque vai pegar os pobres, não é assim, necessariamente.”Leia tambémGoverno prevê queda nos preços dos alimentos até junho, diz Rui CostaMinistro da Casa Civil atribui alta da inflação a fatores climáticos e à valorização do dólarBenefíciosEle cita o caso do abono salarial, que é pago para as pessoas que ganham até dois salários mínimos e estão no mercado formal.“O pobre não está no mercado formal, está desempregado e tem renda menor que o salário mínimo.”Sobre os benefícios previdenciários, o especialista explica que boa parte é pago para a classe média e não à classe baixa. Ele vê necessidade de se fazer melhor uso do seguro-desemprego.No caso do Bolsa Família, cujo gasto anual é de R$ 170 bilhões, Marcos Mendes aponta que “tem estudo que mostra que, se essa despesa for bem focalizada, com R$ 70 bilhões se reduziria tremendamente a extrema pobreza no Brasil”.Leia tambémTrump reforça crítica aos países do Brics em discurso para governadores republicanosTrump disse que os países do Brics “estavam tentando destruir” o dólar e criticou o ex-presidente Joe Biden por não ter interferido na questãoCinismo social“Nós temos um certo cinismo social e político no Brasil que todo mundo aponta para o benefício do outro. O benefício do outro é ruim e o meu é direito adquirido.”Para uma mudança significativa de mentalidade, o economista vê a necessidade de cada um dar sua cota de “sacrifício”, embora ache isso “muito difícil”.“Então não vejo outro modelo se não uma percepção eminente e concreta (de risco) para as pessoas mudarem de posição”, completa.Leia mais: Governo sem convicção e Congresso sem interesse barram ajuste fiscal, diz economistaThe post Dá para reduzir gasto público sem prejudicar o pobre, diz Marcos Mendes appeared first on InfoMoney.