Apostadores: 48% já tiraram dinheiro de aplicações para jogar e 39% estão endividados

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39% das pessoas que afirmaram fazer apostas e/ou jogar online possuem dívidas em razão dessa atividade, segundo uma enquete do Procon-SP sobre a percepção do consumidor em relação a jogos e apostas.O questionário foi respondido por 1.533 consumidores que acessaram o site e as redes sociais do Procon-SP entre 3 de dezembro de 2024 e 8 de janeiro de 2025. Desse total, 16,4% (251) declararam ser apostadores.Apesar de 71% dos apostadores afirmarem que perdem mais dinheiro do que ganham, confirmando um senso comum sobre jogos de azar, quase metade (48%) admitiu que, para apostar ou jogar online, gastam dinheiro de maneira preocupante, comprometendo boa parte de sua renda, retirando valores de aplicações financeiras e/ou pedindo dinheiro emprestado.Leia mais: Empresas se queixam de “epidemia de bets” no ambiente de trabalhoPerfilA maioria dos apostadores é composta por homens (58%), com idades entre 31 e 44 anos (51%) e entre 18 e 30 anos (30%), e com faixa salarial de até 2 salários mínimos (50%) e acima de 2 até 4 salários mínimos (30%).Quanto ao gasto mensal médio empenhado na atividade, 47% informaram que é de até R$ 100,00; 26% afirmaram gastar entre R$ 100,00 e R$ 500,00; 8% entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00; e 18% acima de R$ 1.000,00 – um dado alarmante para o Procon-SP, considerando o percentual de pessoas que relataram ter tido mais perdas financeiras do que ganhos.InfluênciaDentre os entrevistados, 89% (1.362) afirmaram que recebem ofertas de jogos ou apostas em suas redes sociais ou celulares; e 52% declararam que as publicidades com “celebridades” os influenciam na decisão de jogar ou apostar – um dado que chama atenção, segundo o Procon-SP, uma vez que cada vez mais personalidades conhecidas na internet, como influenciadores, fecham contratos com empresas do setor, sem que haja clareza sobre o vínculo comercial.Leia mais: Influencers de finanças recusam milhões das bets por ideais: “Não é investimento”Direito do consumidorOs apostadores têm os mesmos direitos que os consumidores, previstos na Lei 8.078/1990, o Código de Defesa do Consumidor, como o direito à informação adequada e clara sobre como jogar, as condições e os requisitos para acerto de prognóstico lotérico, resgate dos valores, aferição do prêmio (sendo proibida a utilização de escrita dúbia, abreviada ou que induza a erro); sobre os riscos de perda dos valores das apostas e os transtornos de jogo patológico (ludopatia).Por isso, é possível registrar uma reclamação contra uma plataforma de apostas no site do Procon-SP, caso o apostador se sinta lesado, desde que a empresa esteja autorizada a operar no Brasil, com sede local – é possível conferir essa informação na “Lista de autorizados”.No estudo, 63% dos participantes informaram que enfrentaram problemas com a empresa que oferta jogos e apostas online; as principais questões apontadas foram: recusa da empresa em efetuar o pagamento do prêmio (57%); envio constante de mensagens incentivando a jogar e apostar (14%); e regras do jogo, aposta e do valor do prêmio confusas (14%).Desses, apenas metade tomou alguma atitude, entre as quais estão deixar de se relacionar com a empresa, denunciar aos órgãos competentes ou fazer contrapropaganda da empresa em redes sociais, para amigos e familiares.Em termos práticos, foram registradas aproximadamente 2.300 reclamações no Procon-SP desde janeiro de 2024. Destas queixas específicas formalizadas contra as empresas que promovem jogos, cerca de 90% se referem à não devolução de valores ou não pagamento de prêmios.ConscientizaçãoOs dados obtidos pela consulta do Procon-SP são alarmantes e, por isso, uma ampla ação de conscientização em meios digitais deverá ser realizada em conjunto pelo Procon-SP e pela Secretaria de Comunicação do Governo de São Paulo, para alertar os consumidores sobre os riscos das apostas e como podem solicitar ajuda dos órgãos de defesa do consumidor nos casos em que houver infração aos seus direitos, além de reforçar a importância de, ao decidirem utilizar esses serviços, observarem a legalidade das empresas.The post Apostadores: 48% já tiraram dinheiro de aplicações para jogar e 39% estão endividados appeared first on InfoMoney.