Portugal está de portas abertas para empresas brasileiras, diz primeiro-ministro

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O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, afirmou que há em seu país muitas oportunidades de investimento para empresas brasileiras, principalmente no setor de infraestrutura, em projetos como a construção do novo aeroporto de Lisboa, a criação de um trem de alta velocidade, melhorias na infraestrutura portuária e a construção de moradias.“A palavra-chave que escolhemos para este ano é investimento”, defendeu Montenegro a uma plateia de empresários durante evento realizado na quinta-feira, 20, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em que também participou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.Em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) português cresceu 1,9%, e Montenegro enalteceu o papel dos estrangeiros nos resultados da economia portuguesa. Atualmente há 500 mil brasileiros que residem em Portugal, o que dá ao Brasil o primeiro lugar entre as comunidades estrangeiras em território português.Representante da centro-direita, Montenegro tomou posse em abril do ano passado, em meio a dúvidas de parte de analistas internacionais sobre sua capacidade de se manter no cargo dada a alta fragmentação do parlamento português. Lembrando que em Portugal, diferentemente do que ocorre no Brasil, o sistema é o semipresidencialismo. Nas eleições, os votos vão para um partido, e não são direcionados a um candidato. Ao final, a sigla com mais assentos garantidos na Assembleia da República recebe o direito de formar o novo governo a ser liderado por um primeiro-ministro.Acordo UE-MercosulNa capital paulista, Montenegro reiterou seu apoio ao acordo comercial entre União Europeia e Mercosul e ponderou que o comércio internacional depende de regras menos complexas para prosperar. O primeiro-ministro afirmou que Portugal oferece estabilidade política e financeira, além de regras claras para contratos, redução da burocracia e reciprocidade em relação a taxas alfandegárias. Na avaliação dele, esse acordo permite que os dois eixos regionais estejam menos dependentes de outros blocos comerciais, o que pode potencializar o crescimento das nações participantes. “Não podemos ter, no comércio internacional, uma concorrência desleal entre aqueles que têm custos de produção onerados com as exigências sanitárias e ambientais e aqueles que não têm esse ônus e que, portanto, têm uma vantagem comercial maior”, sublinhou o primeiro-ministro. A passagem por São Paulo marcou a segunda parte da visita de Montenegro ao Brasil. Antes, ele esteve em Brasília, onde participou da assinatura de acordos como a compra de 12 aeronaves militares produzidas pela Embraer. Nos dias em que esteve no Brasil, o líder europeu foi acompanhado por 11 dos seus 17 ministros. Também esteve presente o chefe de Estado de Portugal, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa.