[Preview] Elden Ring Nightreign é divertido, frenético e arriscado para a FromSoftware

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No teste de rede, Nightreign se mostrou instigante, mas levanta preocupaçõesExperimentos dentro de franquias de sucesso não são novidade, mas são quase sempre bem vindos na indústria gamer. Pode ser que não repita o efeito dos jogos originais e até seja algo esquecível, mas um pedacinho extra e diferente de um universo querido nunca é demais. A nova era Zelda fez isso com Hyrule Warriors, The Witcher possui Thronebreaker, Persona 5 tem Strikers e até Borderlands recebeu o ótimo Tales. Portanto, Elden Ring, um dos jogos mais influentes e importantes da década, testar novas águas não é algo novo no plano geral das coisas, mas é um movimento muito interessante.Elden Ring Nightreign foi anunciado durante a The Game Awards 24 e já recebeu um Teste de Rede e uma data de lançamento próxima: 30 de Maio. O espanto geral com o título vem da curva inesperada de gênero e do tipo de lançamento que é esperado da FromSoftware para suas franquias soulsborne. Nightreign é um coop com times de até três pessoas, integrando filas de jogadores aleatórios ou grupos formados, que finca suas equipes em uma “versão alternativa” do universo das Terras Intermédias em um gameplay que pode ser descrito como roguelike em mundo aberto. Curioso, não? Bom, participar do teste de rede realmente foi uma experiência.Tirando o óbvio do caminho, a primeira sessão do teste de rede não foi como o esperado. Mesmo com a quantidade de players limitada, os servidores de Nightreign não duraram a primeira hora de gameplay. Assim, as impressões deste preview vem a partir da segunda tentativa. Ressalto esse ponto porque é ligeiramente preocupante o chamado teste de rede falhar em sua missão logo no início. O principal dessa demonstração era exatamente entender a demanda estrutural do game em movimento e, pelo que parece, esse peso foi subestimado, mesmo com a popularidade e vendas colossais de Elden Ring. Felizmente as coisas fluíram melhor a partir do segundo slot de testes.Entrar em Nightreign foi curioso. Há aquela estranheza parecida com quando você visita um outro apartamento no seu prédio: estruturalmente, parece idêntico à sua casa, mas redecorado, alienígena. É a sensação de pisar em um estado contínuo de déjà vu: a Mesa Redonda, hub do game, é similar, mas não igual; boa parte das armas do original estão disponíveis, mas as mecânicas funcionam moderadamente diferente; o Limveld é uma versão de Limgrave fundida com todo o resto do continente; você encontra chefões novos, sim, mas há aqueles do jogo original e visitas de outros soulsborne. Existe um charme quase surrealista, que pinta o game com texturas de sonho e universo alternativo, mas quando não há um contexto, um dos pontos mais brilhantes dos lançamentos FromSoftware, por ora o projeto todo parece mais um daqueles mods malucos do que um título próprio.As classes do teste de Nightreign, chamados Viajantes da Noite, foram um destaque da demonstração, especialmente o design dos personagens escolhidos, o que eles representam para o plano geral da história e a variedade no gameplay. Não há limite para a quantidade de um tipo de herói por incursão, os quatro mostrados são relativamente versáteis em seus papéis e cada um carrega duas habilidades extras de classe, além dos ataques normais e cinzas de guerra ou magia imbuídas nas armas. Falando um pouco sobre cada um:O Selvagem é um herói de build equilibrada, com armas de peso médio, grande mobilidade e visual que lembra o Lobo Sangrento original. As habilidades especiais dele se concentram em movimentação, usando um gancho para puxar inimigos ou se lançar em oponentes mais pesados, além de um tiro de estaca explosiva de médio alcance. É uma fusão de um guerreiro de Elden Ring com algumas mecânicas chave de Sekiro. Já o Guardião é, visualmente, o mais intrigante dos quatro. Ele é literalmente um homem águia, uma raça que não havia sido mostrada antes. O design é excelente, diga-se de passagem; já o gameplay é mais tradicional: ele é um tanque. Armadura pesada, grande escudo e alabarda compõem a build inicial e ele não foge muito disso. A surpresa fica para as habilidades únicas, que lembram os ataques do “Crisol”, com grandes saltos e golpes em área. Depois do Guardião, a Reclusa é a personagem mais curiosa do teste. O visual dela parece uma “versão humana” da boneca da Ranni. Se isso significa alguma coisa, quem sabe. Ela é uma bruxa pedrilhante poderosa que possui habilidades de vampirizar o mana disperso na área de combate. Essa foi a solução de Nightreign para não empregar frascos de mana, gerando uma dinâmica de retroalimentação mágica durante a batalha. Talvez o gameplay mais divertido dentre os Viajantes. Por fim, outra jogabilidade interessante vem com a Duquesa. Com um visual que remete imediatamente a Bloodborne, o foco dessa personagem está na agilidade, evasão e stealth, um tipo de gameplay curioso e super interessante para o universo de Elden Ring. Usando principalmente facas e armas leves, ela consegue criar ilusões de ações recentes, ocultar a si mesma e os aliados ao redor para realizar ataques viscerais e é definitivamente um ás para qualquer time.Cada um desses personagens evoca o melhor de Elden Ring e outros soulsborne em conjunto. Nesse caso, a mistura é mais orgânica e mostra os anos de aprendizado e aperfeiçoamento da FromSoftware, usando suas mecânicas mais bem sucedidas na criação de gameplays distintos e bem executados. Não dá para saber ainda se todas as classes do game serão assim, mas o futuro é promissor.Além disso, poder revisitar certos chefões icônicos da franquia soulsborne é uma proposta que apela para qualquer um que ama desafios e a glória de derrotar esses personagens. O teste não mostrou muitos desses embates, se limitando a poucos rostos conhecidos para atormentar o fim de cada noite, então o game deve ficar mais apelativo e viciante quando a rotatividade for colocada em prática.Toda a experiência FromSoftware foi atualizada para esse novo formato. Não é uma questão de adição de habilidades e armas, mas a velocidade de Nightreign é frenética. Os personagens são rápidos – algo necessário para você conseguir navegar o Limveld enquanto o círculo de fogo vai fechando o cenário para a batalha da noite – não há dano de queda e tudo está muito mais dinâmico do que qualquer título anterior. Isso adiciona à identidade do game, na diferenciação com o original, e o cobre com uma camada extra de interesse para um público mais geral.Assim, talvez Nightreign não seja a coisa mais lapidada e estonteante que vamos jogar em 2025, mas tem potencial. A ideia de um roguelike-soulsborne-mundo aberto é fascinante e, mesmo que o teste preocupe quanto a variedade e diversidade do Limveld (sobretudo quando é um game feito para perdurar) talvez esse seja só o teste. O Limgrave parecia gigante no teste de rede de Elden Ring e, na época, os fãs se preocuparam se a FromSoftware tinha mostrado demais. Não tinha. Talvez não esteja mostrando agora também.Elden Ring Nightreign é apenas um extra para uma obra prima da indústria. Sim, pela natureza do game e do teste, existem muitos espaços vazios nessa composição que fazem o título parecer raso e destoante quando comparado ao original – sobretudo nas máximas de história, coesão com o universo estabelecido e propósito. Contudo, é apenas um teste de rede sem introdução, diálogos ou qualquer coisa concreta além de jogabilidade e possibilidades, então dá para dizer que é um projeto promissor, com ressalvas. Se o resultado, em Maio, ainda não trouxer substância… bom, aí é uma conversa para daqui três meses.Elden Ring Nightreign tem lançamento marcado para 30 de Maio, disponível para PS4, PS5, Xbox One, Series X/S e PC.Quer ler mais sobre games? Veja também:Fonte: Legião dos Heróis.