O X (antigo Twitter) acumula um total de R$ 36,7 milhões em multas por não cumprir determinações da Justiça brasileira. Nesta quinta-feira (20), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o pagamento imediato de R$ 8,1 milhões por descumprir a ordem de fornecimento de dados da conta do blogueiro Allan dos Santos.A decisão foi encaminhada à Polícia Federal (PF) para aprofundamento das investigações sobre a atuação das chamadas milícias digitais. A jornalista Juliana Dal Piva denunciou Allan dos Santos à Justiça em 2024, alegando que ele teria publicado capturas de tela falsas, manipulando mensagens atribuídas a ela. Os prints sugeriam que Juliana tentava persuadir Allan a não divulgar determinados conteúdos e acordos entre a PF e o STF, o que foi negado pela jornalista.O valor agora imposto soma-se aos R$ 28,6 milhões pagos pela plataforma em outubro de 2024. Na época, o X enfrentava um bloqueio no Brasil por não indicar seus representantes legais e não quitar dívidas com a Justiça. O pagamento das multas foi acompanhado pela regularização da representação da empresa no País.Entre as penalidades anteriores, R$ 18,3 milhões foram aplicados pelo não cumprimento de decisões do STF para suspender perfis investigados por desinformação, discurso de ódio e ataques a instituições. Além disso, R$ 10 milhões foram cobrados devido ao uso de “IPs dinâmicos” entre 19 e 23 de setembro de 2024 para driblar o bloqueio da plataforma no Brasil. Uma multa adicional de R$ 300 mil foi imposta pela dificuldade no recebimento de notificações legais.O X foi bloqueado oficialmente no Brasil em 30 de agosto de 2024, em meio a um embate entre Moraes e Elon Musk. O ministro incluiu Musk no inquérito das milícias digitais, acusando-o de “dolosa instrumentalização” da plataforma. Musk, por sua vez, alegou que as ordens judiciais brasileiras eram “ilegais” e acusou Moraes de “cercear a liberdade de expressão” no X. X já foi penalizado em outros paísesApesar disso, a plataforma de Musk acatou restrições semelhantes impostas por países como Índia e Turquia.A disputa se estendeu internacionalmente, gerando uma ação nos Estados Unidos. A plataforma de vídeos Rumble e a Trump Media, ligada ao ex-presidente Donald Trump, processaram Alexandre de Moraes alegando que ele teria violado a soberania americana. O caso envolve a suspensão da conta de Allan dos Santos, determinada pelo STF.No Brasil, a Rumble ainda não cumpriu a ordem de bloqueio do perfil do blogueiro. Diante disso, Moraes determinou que a empresa indique um representante legal no País dentro de 48 horas. Caso contrário, a plataforma poderá ser novamente suspensa no território nacional.A defesa do Terça Livre TV e do jornalista Allan dos Santos alega que há mais de 40 meses não tem acesso aos autos da investigação no STF. Segundo comunicado, todos os bloqueios de bens e canais de comunicação seguem em vigor por decisão do relator.Leia mais:Comissão Nacional de Biodiversidade define 23 metas para recuperação de biomas até 2030Denúncia contra Alexandre de Moraes nos Estados Unidos vai prosperar? Entenda