Nubank (ROXO34) - Foto: Divulgação/ NubankO Nubank (ROXO34) divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2024, reportando um lucro líquido de US$ 553 milhões, equivalente a um retorno sobre o patrimônio (ROE) de 28,9%. Apesar do crescimento de 53% em relação ao mesmo período do ano anterior, os números ficaram aquém das expectativas de alguns analistas, considerando a valorização de 29% das ações do Nubank ao longo do ano.Após um trimestre anterior marcado por uma desaceleração na receita, o ROXO34 conseguiu apresentar uma retomada no 4T24, diz o BTG Pactual, embora impulsionada por fatores sazonais. No entanto, a margem financeira líquida (NIM) caiu mais do que o esperado, impactada pela desvalorização do real (-12% no trimestre), pelo crescimento mais expressivo no segmento de empréstimos garantidos e pelo aumento dos custos de captação no México.Outro fator que preocupou os investidores, segundo a casa, foi a perspectiva de crescimento do financiamento via PIX. Durante a conferência de resultados, a gestão indicou que a penetração desse produto não deve crescer nos próximos um a dois trimestres, o que contribuiu para a reação negativa do mercado.O banco digital encerrou o trimestre com 114 milhões de clientes globais, um crescimento de 22% na base anual. No Brasil, foram registrados 102 milhões de clientes, com um leve recuo no ritmo de adição de novos usuários. O Nubank no México atingiu a marca de 10 milhões de clientes (+92% em relação ao ano anterior), enquanto na Colômbia, o crescimento desacelerou, com um acréscimo de apenas 500 mil novos clientes no trimestre.Em relação às movimentações financeiras, os depósitos cresceram 16% no trimestre, totalizando US$ 28,9 bilhões. Com a redução no retorno de depósitos no México, os custos de captação estabilizaram em 89% da taxa interbancária média.A carteira de crédito do Nubank atingiu US$ 20,7 bilhões, um crescimento de 45% em base anual. O destaque foi o aumento dos empréstimos pessoais e para pequenas e médias empresas, que cresceram 22% no trimestre. Já a carteira de cartões de crédito aumentou 9%, beneficiada pela sazonalidade de final de ano.Apesar do crescimento da carteira, a qualidade do crédito melhorou. O índice de inadimplência acima de 90 dias no Brasil recuou para 7%, enquanto as provisões para perdas cresceram 9% no trimestre, alinhadas com a expansão da carteira de crédito. O banco também manteve um alto nível de cobertura para potenciais perdas, reforçando sua estratégia de gestão de risco.O BTG Pactual, contudo, alerta que as expectativas de curto prazo para o Nubank podem estar altas demais, especialmente devido à maturidade do mercado brasileiro e à necessidade de crescimento internacional acelerado.Assim, a casa mantém recomendação neutra para o Nubank, com preço-alvo de US$ 11,50 para os ativos negociados em Nova York.