Os bebês reborn, bonecas hiper-realistas que imitam bebês reais, têm ganhado popularidade crescente nos últimos anos. Essa tendência, que começou como um hobby para colecionadores, agora se estende a diferentes esferas da sociedade, incluindo a televisão e até mesmo o sistema judiciário. Este artigo explora o fenômeno do bebê rebor, suas implicações culturais e sociais, e como ele tem moldado conversas em diversos contextos.Recentemente, a novela “Vale Tudo” da TV Globo apresentou uma cena que gerou debates acalorados nas redes sociais. Na cena, uma personagem adulta participa de um parto simbólico de uma boneca reborn, o que levantou questões sobre o papel desses brinquedos na vida das pessoas. A reação do público foi mista, com muitos criticando a inclusão do tema na trama, enquanto outros defendiam a liberdade de expressão e a diversidade de interesses.Como foi a cena com bebê reborn em Vale Tudo?Gente, mas e a Aldeide que tá pensando em comprar um bebê reborn? #ValeTudo pic.twitter.com/5J7MBhgcYk— TV Globo (@tvglobo) June 5, 2025 A novela Vale Tudo, exibida pela Globo, causou burburinho nas redes sociais após o capítulo desta quarta-feira (4/6), ao incluir uma cena inusitada envolvendo uma boneca reborn. Na sequência, a personagem Aldeíde (Karina Teles) participa do “parto” da boneca enquanto conversa com seu irmão, Audálio Candeias, conhecido como Poliana (Matheus Nachtergaele).Durante o diálogo, Poliana demonstra surpresa com a situação e questiona o comportamento da irmã. Aldeíde, por sua vez, responde com firmeza: “Está cheio de homem barbado por aí fazendo coleção de boneco. Só por que ela é mulher o povo vai dizer que ela é doida?”.A cena rapidamente repercutiu nas redes, com uma onda de críticas direcionadas à autora Manuela Dias, responsável pela nova versão da trama. Internautas manifestaram insatisfação com os rumos do enredo.“Transformaram a novela num verdadeiro circo”, escreveu um usuário. Outro comentou: “As novelas estão perdendo completamente a qualidade”. Já uma terceira crítica foi mais direta: “Acabou com a novela, Manuela Dias. Por favor, pare”. Alguém ainda classificou a cena como “ridícula, de verdade”.O que são bebês reborn?Os bebês reborn são bonecas feitas à mão, projetadas para se parecerem o mais próximo possível de bebês reais. Cada peça pode levar até 15 dias para ser concluída, devido ao trabalho artesanal detalhado envolvido. Esses brinquedos são frequentemente usados por colecionadores, mas também têm sido adotados por pessoas que buscam conforto emocional ou que desejam experimentar a maternidade de uma forma não convencional.O interesse por bebês reborn no Brasil começou a crescer no início dos anos 2000. Desde então, eles se tornaram um fenômeno cultural, com comunidades dedicadas a discutir e compartilhar experiências relacionadas a esses brinquedos. A popularidade dos bebês reborn também levantou questões sobre o impacto psicológico e emocional que eles podem ter em seus proprietários.Por que o tema tem gerado polêmica?Bebê reborn – Créditos: depositphotos.com / brunomartins246A inclusão dos bebês reborn em narrativas de novelas e discussões judiciais reflete sua crescente relevância social. Em um caso recente, um casal que se divorciou entrou em uma disputa judicial pela guarda de um bebê reborn. A advogada envolvida no caso explicou que a cliente desejava regulamentar a guarda do brinquedo devido ao apego emocional desenvolvido durante o relacionamento.Comportamentos que simulam a maternidade/paternidade real: Muitas “mães” ou “pais” de bebês reborn tratam as bonecas como se fossem bebês de verdade, levando-os para passeios, consultas médicas (fictícias), alimentando-os com mamadeira, trocando fraldas e até criando rotinas completas. Isso pode parecer estranho ou preocupante para quem não está familiarizado com o hobby, gerando questionamentos sobre a saúde mental e a percepção da realidade dessas pessoas.Tentativa de obter benefícios indevidos: Houve relatos de pessoas que tentaram usar bebês reborn para obter prioridades em filas (como as de idosos ou gestantes) ou atendimento em unidades de saúde, como se a boneca fosse um bebê de verdade. Essa prática tem gerado indignação e motivado projetos de lei para coibir tais ações e aplicar multas.Disputas judiciais: Existem casos noticiados de casais que, ao se separarem, iniciaram disputas judiciais pela “guarda” de bebês reborn, inclusive com divisão de custos e de perfis em redes sociais que geram renda com a exibição das bonecas.Confusão entre hobby e problema de saúde mental: Enquanto muitos colecionadores e artesãos defendem que se trata de um hobby artístico e uma forma de expressão criativa, psicólogos e psiquiatras alertam que, em alguns casos, o apego excessivo ou a confusão entre o boneco e a realidade pode ser um sinal de questões emocionais mais profundas, como luto não processado, depressão, solidão ou infertilidade. Nesses casos, o acompanhamento profissional seria fundamental.Uso das redes sociais: A viralização de vídeos e fotos de “mães” interagindo com seus bebês reborn no TikTok, Instagram e outras plataformas amplificou a discussão e expôs o tema a um público maior, gerando reações diversas, desde a curiosidade e o apoio até a crítica e o escárnio.Custo elevado: O preço dos bebês reborn pode ser bastante alto, chegando a milhares de reais, o que levanta questionamentos sobre a prioridade de gasto e o valor atribuído a esses objetos.O “vale da estranheza”: O realismo extremo dessas bonecas pode causar uma sensação de “vale da estranheza”, onde algo se parece muito com um ser humano, mas não é, gerando desconforto ou repulsa em algumas pessoas.Além disso, o caso destacou a complexidade das questões legais em torno dos bebês reborn, especialmente quando eles se tornam parte de uma família ou geram renda através de plataformas digitais, como o Instagram. A monetização de perfis associados a esses brinquedos levanta novas questões sobre propriedade e direitos de administração, tornando-se um desafio para o sistema judiciário.O post Globo vira alvo de críticas após cena polêmica com bebê reborn em Vale Tudo; veja apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.