O mercado de apostas tem gerado polêmicas no meio do futebol. Para Dodô, ex-jogador do Bahia, os jogos online se tornaram uma dependência que o deixou desempregado aos 25 anos.Sem clube há quatro meses, o meia-atacante tenta uma chance para voltar ao futebol, mas afirma que sofre com o preconceito. Ao todo, Dodô perdeu mais de R$ 1 milhão com o vício em apostas esportivas.“Existe um certo preconceito no sentido das casas de apostas, porque hoje a maioria patrocina os clubes e de repente você traz um cara como eu, que perdeu dinheiro nisso, talvez a empresa saia e isso possa afetar um pouco a questão financeira de alguns clubes. Tem um certo preconceito de as pessoas acharem que posso ter recaída, voltar a apostar e prejudicar um elenco”, disse, em entrevista ao ge.Além das economias e da vaga em elencos profissionais, Dodô também perdeu carro e apartamento. A distância da família é o que mais incomoda o jogador.“Não sinto nenhuma vontade [de apostar], mas gosto de assistir futebol. Quando vejo as pessoas apostando, sou um cara que alerta, porque passei por isso e sei qual é o fim. Perdi o salário, perdi muitas coisas. A vida é feita de altos e baixos, tive a alta quando estava jogando e a baixa quando me perdi”, explicou, antes de concluir:“E agora estou lutando dia após dia para poder voltar. É muito gratificante saber que já não tenho mais isso de aposta, nenhum vício e estou mais perto de Deus, com a minha família e esperando uma oportunidade para continuar realizando meu sonho”, revelou.Dodô foi revelado pelo Botafogo-SP e passou por Bahia, Mirassol e Grêmio, todos clubes da Série A em 2025. Agora, ele confia na segunda chance para voltar ao mundo do futebol.“Acho que na vida tudo merece uma segunda chance, e ela depende da pessoa. Muitos me deram a segunda chance, aproveitei e estou aproveitando essas oportunidades. Hoje a minha questão mental é blindada, tenho um psicológico muito forte e estou muito feliz”, finalizou.No momento, o jogador trabalha no setor de pintura de uma empresa em Sertãozinho, no interior de São Paulo. Seu último clube foi o Campinense, no primeiro semestre de 2025.