*Por Arnaldo RabeloSe o conteúdo da sua marca parece ter saído de uma reunião de aprovação com doze pessoas, talvez esteja na hora de repensar. O que gera conversa hoje não é o roteiro perfeito — é o meme certeiro, o bastidor imperfeito, a frase que parece ter sido escrita por alguém real.O público cansou da marca que fala com voz de robô. A geração Z, em especial, já ignora qualquer coisa que pareça institucional demais. Querem marcas que falem a sua língua, que usem gírias, ironias e até um pouco de autodepreciação. E isso vale também para publicações dentro das comunidades de marca.Autenticidade como ponto de partidaComunidades vivem de identificação. E a identificação nasce do que é real. Marcas que compartilham bastidores, erros e momentos cotidianos se aproximam do público de forma orgânica. Isso vale mais do que qualquer post com arte perfeita e texto aprovado em cinco níveis.Mostrar vulnerabilidade não tira autoridade. Pelo contrário: humaniza. E, nas comunidades, é exatamente essa humanidade que incentiva o engajamento verdadeiro.Humor que conecta e aproximaUma trend recente resume bem o movimento: “Let Gen Z write your marketing script” (Deixe a geração Z escrever seu roteiro de marketing). O humor caótico, exagerado e imprevisível virou padrão de comunicação. E funciona. Atrai, diverte, engaja.Não significa que toda marca precise virar personagem de TikTok. Significa adaptar o tom e a linguagem para se manter relevante em um ambiente cada vez mais conversacional.Quem já entendeu isso? Marcas como Netflix Brasil, Duolingo, O Boticário e Mercado Livre, que usam memes, referências pop e ironia como ferramentas de branding — inclusive dentro de suas comunidades. O resultado é um senso de pertencimento muito maior do que qualquer cupom de desconto entrega.Experimentar é o novo padrãoPlataformas como Threads e X aceleraram o movimento de conteúdo mais espontâneo e testável. E a comunidade de marca é o espaço ideal para isso. Nela, dá para testar uma linguagem, lançar um meme, promover um desafio ou deixar o público cocriar campanhas.A resposta rápida, o feedback direto e a liberdade para sair do script tradicional fazem da comunidade um laboratório criativo valioso — e, muitas vezes, mais eficaz do que longos processos de planejamento.Como aplicar na práticaPublique conteúdo real, não só arte bonitaUse a linguagem da comunidade, sem forçarCompartilhe memes e bastidores com contextoEstimule o público a criar juntoValorize erros, histórias e espontaneidadeA era do conteúdo perfeito está com os dias contados. O que movimenta comunidades hoje é o que soa verdadeiro. Se a sua marca quer relevância de verdade, talvez o próximo briefing precise ser escrito por alguém com menos cargo… e mais conexão.*Arnaldo Rabelo é Consultor de Marketing de Comunidades, com mais de 20 anos de experiência, atendeu empresas como Grendene, Guga Kuerten Company e Universal Studios. Atuou em cargos de liderança no Instituto Ayrton Senna, Contém 1g e Klin Produtos Infantis. Tem MBA em Marketing pela FGV e em inovação e gestão pela PUC. Mentor do Founder Institute e Inovativa BrasilThe post Sua marca fala como gente? appeared first on ADNEWS.