Dr. Mario Donato alerta: “Segurar objetos durante quedas pode tornar a lesão muito mais grave”

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O reflexo de se agarrar a objetos durante uma queda é uma resposta automática do sistema nervoso que pode tornar os acidentes domésticos significativamente mais perigosos. Dr. Mario Donato D’Angelo, médico clínico geral e do trabalho com CRM 276964-RJ, explica como esse comportamento instintivo engana o cérebro e compromete nossa capacidade natural de proteção.Com mais de 90 mil seguidores no Instagram (@mariodonato.dr), Dr. Mario é reconhecido como especialista em prevenção de quedas domésticas. Seus alertas ganham relevância especial quando consideramos que no Brasil 27,6% dos idosos sofrem quedas anualmente, segundo estudos nacionais, e que 40% dos idosos com 80 anos ou mais experimentam quedas todos os anos, conforme dados do Ministério da Saúde.Por que nosso cérebro nos faz segurar objetos durante uma queda?O sistema nervoso interpreta erroneamente que carregar algo nas mãos oferece segurança, mesmo quando isso não é verdade. Quando perdemos o equilíbrio, os reflexos enviados das mãos para o cérebro criam uma falsa sensação de que estamos protegidos por aquele objeto, seja um celular, uma sacola de compras ou qualquer item que estejamos carregando.Esse mecanismo primitivo faz com que, instintivamente, nos agarremos ainda mais forte ao objeto quando começamos a cair. Dr. Mario Donato explica que esse reflexo compromete gravemente nossa capacidade de usar as mãos para nos proteger adequadamente, resultando em quedas “muito mais feias” e potencialmente mais lesivas.Qual é o impacto real de segurar objetos durante acidentes domésticos?Pesquisas científicas demonstram que os reflexos de proteção são fundamentais para minimizar lesões durante quedas. A Organização Mundial da Saúde classifica as quedas como a segunda maior causa de morte não intencional no mundo, sendo que a efetividade das respostas protetoras determina a gravidade das consequências.Quando nossas mãos estão ocupadas segurando objetos, perdemos a capacidade de executar movimentos protetivos naturais. Estudos neurológicos mostram que adultos desenvolvem reflexos posturais sophisticados que substituem os reflexos primitivos de preensão, mas o estresse de uma queda pode reativar esses padrões mais básicos, especialmente quando há objetos nas mãos para “se agarrar”.Como os reflexos primitivos influenciam nossa resposta durante quedas?O reflexo de preensão é considerado um reflexo primitivo que normalmente desaparece entre os 4 e 6 meses de vida, sendo substituído por movimentos voluntários mais sofisticados. Contudo, situações de estresse extremo, como uma queda iminente, podem reativar esses padrões neurológicos básicos, fazendo com que nos agarremos instintivamente a qualquer objeto disponível.Pesquisas em neurologia mostram que o reflexo de preensão pode reaparecer em adultos após lesões cerebrais ou em situações de grande estresse. Durante uma queda, esse reflexo primitivo pode sobrepor-se aos reflexos posturais mais avançados que normalmente nos protegeriam, explicando por que é tão difícil “largar” objetos mesmo quando isso seria o mais seguro.Quais são os dados oficiais sobre quedas no Brasil e suas consequências?O cenário brasileiro das quedas em idosos é alarmante e exige atenção especial. Os números revelam a dimensão deste problema de saúde pública:27,6% dos idosos brasileiros sofrem quedas anualmente40% dos idosos com 80 anos ou mais caem todos os anos11% das quedas resultam em fraturasApenas 36% dos idosos receberam orientações sobre prevenção1% dos casos requer intervenção cirúrgicaA Organização Mundial da Saúde destaca que quedas representam risco significativo especialmente para idosos, sendo que a capacidade de resposta protetora diminui com a idade. O Sistema Único de Saúde registra milhares de internações anuais relacionadas a quedas domésticas, muitas das quais poderiam ser evitadas com medidas preventivas simples.Como podemos treinar nossa resposta automática para situações de risco? Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Mario Donato D'Angelo (@mariodonato.dr)A consciência sobre este reflexo perigoso é o primeiro passo para uma prevenção efetiva. Dr. Mario Donato enfatiza que devemos desenvolver o hábito mental de “largar tudo” assim que percebemos que vamos cair, priorizando sempre o uso das mãos para proteção corporal.Exercícios de equilíbrio e fortalecimento muscular, recomendados pela Organização Mundial da Saúde, podem melhorar nossa capacidade de resposta durante situações de instabilidade. Além disso, manter o ambiente doméstico seguro – com boa iluminação, pisos antiderrapantes e corrimãos adequados – reduz significativamente as situações onde esse reflexo perigoso pode ser ativado.O que fazer quando não conseguimos evitar uma queda?A resposta mais importante é treinar mentalmente a liberação imediata de qualquer objeto que estejamos carregando. Esse treinamento mental pode ser a diferença entre uma queda com consequências mínimas e uma lesão grave que compromete a qualidade de vida.Estudos mostram que a implementação de programas de exercícios focados em equilíbrio, força e flexibilidade pode reduzir significativamente a incidência de quedas em populações idosas. O conhecimento sobre nossos reflexos primitivos, combinado com medidas preventivas adequadas, oferece a melhor proteção contra os riscos das quedas domésticas, permitindo que todos possam viver com mais segurança e independência.Fontes oficiais consultadasAs informações deste artigo foram validadas através de fontes oficiais reconhecidas:Organização Mundial da Saúde (OMS) – Relatório Global sobre Prevenção de Quedas: https://www.who.int/publications-detail-redirect/9789241563536Ministério da Saúde do Brasil – Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa: https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2022/10/todos-os-anos-40-dos-idosos-com-80-anos-ou-mais-sofrem-quedasBVS Atenção Primária em Saúde – Recomendações para prevenção de quedas: https://aps-repo.bvs.br/aps/quais-as-recomendacoes-para-prevencao-de-quedas-em-idoso/O post Dr. Mario Donato alerta: “Segurar objetos durante quedas pode tornar a lesão muito mais grave” apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.