Presidente dos Correios pede demissão após prejuízo de R$ 1,7 bilhão no 1º trimestre; cargo é cobiçado por Alcolumbre

Wait 5 sec.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva, pediu demissão nesta sexta-feira (4). A empresa registrou prejuízo de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre deste ano e há tempos Silva vinha sendo pressionado a deixar o cargo. O Centrão está de olho no comando da estatal.A carta de demissão de Silva foi entregue no Palácio do Planalto ao chefe do gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Santana Ribeiro, o Marcola. O presidente está no Rio, onde participa da Cúpula do Brics. A dispensa somente será oficializada após reunião entre Lula e Silva, na próxima semana.O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tenta emplacar aliados nos Correios e no Banco do Brasil (BB). Alcolumbre já conversou sobre o assunto com Lula. Até agora, no entanto, ele resiste a substituir a presidente do BB, Tarciana Medeiros, que é bem avaliada no Palácio do Planalto. O rombo nos Correios e mudanças feitas por Silva na estatal, porém, contrariaram interesses de empresas de transportes e até mesmo do Congresso.O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, também queria a troca de Fabiano Silva e, recentemente, teve uma áspera discussão com ele. O bate-boca começou quando Costa exigiu um plano de corte de gastos que incluía demissão de funcionários e enxugamento de agências no País. A situação ficou insustentável porque Silva, mais uma vez, discordou do chefe da Casa Civil. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Os Correios encerraram 2024 com um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, valor quatro vezes maior do que o registrado no ano anterior, de R$ 597 milhões. Até então, o pior resultado da empresa havia sido em 2016, quando o rombo chegou a aproximadamente R$ 1,5 bilhão.Integrante do Grupo Prerrogativas, que reúne advogados ligados ao PT, Silva atribuiu o prejuízo da empresa, no ano passado, à taxação de compras internacionais. O imposto de até US$ 50, criado para a importação de encomendas e conhecido como “taxa das blusinhas”, provocou consequências desastrosas para a estatal.Desgastado e sob uma avalanche de críticas, Silva sempre disse que, somado a esse fator, o resultado dos Correios também sofria impacto, até hoje, da herança recebida do governo de Jair Bolsonaro.*Com informações do Estadão ConteúdoPublicado por Carolina Ferreira Leia também 'Brics seguem como fiador de um futuro promissor', diz Lula durante abertura do Fórum Empresarial Em reunião do Brics, Lula destaca trabalho de banco centrais em pagamentos transfronteiriços