A Rodoviária do Plano Piloto, localizada em Brasília, passou por uma significativa mudança de gestão ao ser transferida para a iniciativa privada em junho de 2025. O Consórcio Catedral assumiu a administração do terminal por meio de uma parceria público-privada (PPP) que se estenderá pelos próximos 20 anos. Este movimento visa resolver problemas históricos de infraestrutura e segurança que há muito tempo afetam o local.O contrato firmado com o Governo do Distrito Federal (GDF) estipula que o consórcio invista R$ 120 milhões em melhorias. A expectativa é que os usuários comecem a perceber mudanças positivas, especialmente na recuperação de equipamentos como escadas rolantes e elevadores, que frequentemente apresentavam defeitos. Segundo o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves, essas melhorias iniciais são apenas o começo de um plano mais amplo de modernização.Quais são os principais desafios e oportunidades da privatização?A privatização da rodoviária trouxe à tona uma série de desafios e oportunidades. Entre os desafios, destaca-se a resistência de trabalhadores que dependem do terminal para suas atividades. Funcionários da limpeza, por exemplo, paralisaram suas atividades em protesto, preocupados com a manutenção de seus empregos após a mudança de gestão. Após negociações, o secretário de Transporte comprometeu-se a solicitar ao consórcio a contratação de todos os trabalhadores afetados.Além disso, ambulantes que operavam informalmente no local também manifestaram descontentamento. Ações para retirá-los do terminal resultaram em confrontos, evidenciando a complexidade social envolvida na transição para uma gestão privada. Por outro lado, a privatização oferece a oportunidade de transformar a rodoviária em um espaço mais seguro e eficiente, alinhado às necessidades da capital do país.Rodoviária. Créditos: depositphotos.com / marcoscasianoO que esperar dos investimentos e da modernização?O plano de investimentos do Consórcio Catedral é ambicioso. Estão previstos R$ 7 milhões para melhorias na infraestrutura dos estacionamentos e no sistema operacional nos próximos dois anos. Além disso, R$ 57,7 milhões serão destinados à reforma do prédio, enquanto a modernização completa do terminal custará R$ 54,9 milhões. Essas melhorias visam transformar a rodoviária em um espaço moderno e confortável, com a inclusão de uma nova estação do BRT.Durante o período de transição, já foram implementadas algumas mudanças significativas, como a criação de uma sala de controle operacional com videomonitoramento integrado à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Além disso, uma sala multissensorial foi criada para atender pessoas com transtorno do espectro autista e outras neurodivergências, demonstrando um compromisso com a inclusão social.Como a comunidade local é afetada pela privatização?A privatização da Rodoviária do Plano Piloto não é apenas uma questão de infraestrutura, mas também de impacto social. A transição para a gestão privada tem o potencial de melhorar significativamente a experiência dos usuários, mas também levanta questões sobre a inclusão de trabalhadores e comerciantes informais. O diálogo contínuo entre o consórcio, o governo e a comunidade será crucial para garantir que as mudanças beneficiem a todos.Com a implementação de um sistema de estacionamento rotativo e a cobrança pelo uso das vagas, a expectativa é que a rodoviária se torne mais organizada e eficiente. No entanto, é essencial que as necessidades da população local sejam consideradas para que a modernização do terminal realmente atenda às expectativas de todos os envolvidos.O post Rodoviária do Plano passa a ser administrada integralmente pela iniciativa privada apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.