O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) lançaram, nesta quarta-feira (28), a campanha nacional de 2025 em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco, celebrado em 31 de maio. O foco é o alerta sobre os riscos dos cigarros eletrônicos e o uso de aditivos que mascaram o gosto da nicotina e favorecem a dependência.Com o tema “Cigarros eletrônicos e aditivos: sabores e aromas que promovem e perpetuam a dependência de nicotina”, a ação tem como público-alvo especialmente adolescentes e jovens adultos, grupos onde o consumo cresce rapidamente.Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os dispositivos eletrônicos representam um novo desafio na luta contra o tabagismo. Ele destacou que, em países onde o uso foi liberado, a prevalência chega a ser “quatro, cinco, seis vezes maior, proporcionalmente” do que no Brasil.“O dia de hoje não é um dia menor. Não é um dia para celebrar nada porque temos muita luta ainda, muito trabalho para salvar vidas, para impedir que essa situação acometa tanto a saúde das pessoas, com tanto impacto nos sistemas nacionais de saúde do mundo como um todo”, afirmou.O Inca reforça que os aditivos presentes nos cigarros eletrônicos, com sabores e aromas variados — tornam os produtos mais atrativos e dificultam a cessação. “É necessário reforçar com a sociedade que produtos fumígenos, em todas as suas formas, fazem mal à saúde”, disse o instituto, em nota.Dados recentes do uso de tabaco e eletrônicos no BrasilDe acordo com a pesquisa Vigitel 2023, a prevalência de fumantes adultos no Brasil é de 9,3%, sendo 10,2% entre homens e 7,2% entre mulheres. Ainda que a média nacional esteja em queda, os dados sobre cigarro eletrônico apontam uma tendência inversa.A mesma pesquisa revelou que o uso de cigarros eletrônicos atinge 2,9% dos homens e 1,4% das mulheres. Entre adultos de 18 a 24 anos, os índices são ainda mais elevados. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, o consumo nessa faixa etária chega a 14,9%, enquanto o Paraná lidera o ranking geral, com 4,5% da população usuária.Esses dados evidenciam a expansão do uso dos chamados Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) nas regiões Centro-Oeste e Sul, contrariando a tendência de queda no tabagismo tradicional.A Região Norte, por sua vez, tem uma das menores prevalências de tabagismo convencional do país. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), apenas 10,5% da população adulta da região declarou fumar, índice abaixo da média nacional. Em capitais como Manaus, a taxa é ainda menor: 6,1%, segundo o Vigitel 2023. Apesar disso, o alerta vale igualmente para o avanço dos cigarros eletrônicos, especialmente entre os mais jovens.Impacto na saúde pública e economiaEstudo recente do Inca estima que o Brasil gaste R$ 153 bilhões por ano com doenças causadas pelo tabaco. São R$ 67,2 bilhões em custos médicos diretos e R$ 86,3 bilhões em perdas de produtividade. O lucro da indústria com a venda de cigarros legais em 2019 foi de R$ 2,7 bilhões, ou seja, a cada R$ 1 de lucro, o país gasta R$ 5 em consequências do tabagismo.Benefícios ao parar de fumarA campanha reforça que parar de fumar traz benefícios imediatos e em qualquer momento da vida. Veja abaixo os efeitos no organismo após abandonar o tabaco:Após 20 minutos: pressão arterial e pulsação voltam ao normalApós 2 horas: a nicotina já não circula mais no sangueApós 8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normalizaApós 24 horas: os pulmões funcionam melhorApós 2 dias: olfato e paladar apresentam melhoraApós 3 semanas: respiração e circulação se tornam mais eficientesApós 1 ano: o risco de infarto do miocárdio cai pela metadeApós 10 anos: o risco de infarto se iguala ao de quem nunca fumouO tratamento para quem deseja parar de fumar está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Interessados devem procurar a coordenação estadual ou municipal de controle do tabagismo.*Com informações da Agência Brasil e Ministério da SaúdeLeia mais:Deixou para a última hora? Saiba o que precisa para declarar Imposto de Renda até sexta (30)Governo anuncia repasse extra e libera orçamento integral para universidades e institutos federais