A conta que a indústria do tabaco não conta: governo gasta 5 vezes mais do que lucra com cigarro

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Para cada R$ 1 arrecadado com o lucro da indústria do tabaco, o governo brasileiro gasta R$ 5 no tratamento de doenças causadas pelo cigarro. A estimativa é de um estudo divulgado nesta quarta-feira (28/5) pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), durante o lançamento da campanha “Sem Cigarro, Mais Vida”, promovida pelo Ministério da Saúde. Neste sábado (31/05), é comemorado o Dia Mundial sem Tabaco.O levantamento, chamado “A Conta que a Indústria do Tabaco Não Conta”, utilizou dados de 2019 e revelou que o país teve mais de 98 mil mortes relacionadas ao tabagismo naquele ano. As doenças mais comuns foram infarto, AVC, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e câncer de pulmão. Segundo o estudo, cada morte custou, em média, R$ 361 mil aos cofres públicos com tratamentos diretos. Quando somadas as perdas de produtividade e outros custos indiretos, o valor médio por óbito subiu para R$ 796 mil. No total, o Brasil gastou R$ 78,3 bilhões em 2019 com problemas ligados ao cigarro.Enquanto isso, a arrecadação federal com a venda de cigarros legais foi de R$ 8 bilhões em 2022, valor considerado insuficiente para compensar os impactos à saúde e à economia.O estudo mostra o desequilíbrio. Os lucros são concentrados, mas os prejuízos recaem sobre o sistema público de saúde e sobre as famílias. A campanha lançada pelo governo também chama atenção para o uso crescente de cigarros eletrônicos entre jovens. A expectativa é que o novo Imposto Seletivo, previsto na reforma tributária, ajude a frear esse consumo.O imposto, apelidado de “imposto do pecado”, será aplicado a produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas.Durante o evento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu campanhas permanentes de conscientização. “É preciso mostrar os prejuízos à saúde e ao orçamento público”, afirmou.Confira na íntegra o estudo do Inca:a-conta-que-a-industria-do-tabaco-nao-contaBaixarLeia Mais:CMM propõe cotas para negros, indígenas e quilombolas e discute LDO de R$ 11,6 bilhõesSuframa chama micro e pequenos empresários para acessar incentivos da Zona FrancaCâmara aprova penas maiores para crimes contra profissionais da Educação e Saúde