O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) negou o recurso do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) e manteve a multa diária de R$ 1 milhão e corte de ponto, caso a categoria decida entrar em greve na próxima segunda-feira (2/6).A decisão foi proferida no final da tarde deste sábado (31/5). O sindicato havia recorrido à 1ª Câmara Cível do TJDFT contra a determinação de multa à entidade.Na análise do pedido, a desembargadora Lucimere Maria da Silva destacou que as alegações apresentadas pelo Sinpro-DF não foram suficientes para suspender ou modificar os efeitos da liminar anterior, tampouco justificam a concessão da medida de urgência pleiteada.Segundo a decisão, “não há plausibilidade para o deferimento do requerido pelo Sinpro-DF”, uma vez que permanecem inalteradas as circunstâncias que motivaram a liminar anteriormente deferida.O documento ainda reafirma que a multa fixada na liminar é razoável e proporcional à gravidade da situação, especialmente diante do “risco que compromete sistematicamente a continuidade da prestação do serviço público de educação básica em âmbito distrital”.Com o indeferimento da tutela provisória, a Justiça determinou à Secretaria de Educação do DF que comunique com urgência o sindicato sobre a decisão, exigindo que a entidade informe seus filiados – inclusive por meios eletrônicos – sobre o teor da determinação judicial.Recurso do Sinpro-DFPor meio de agravo interno, o Sinpro-DF havia solicitado a revisão da decisão sob argumento de que a liminar “fere frontalmente o direito constitucional de greve e ignora a realidade da educação pública no DF”.A decisão judicial em questão determina a imediata suspensão da greve, autoriza o corte de ponto dos professores e impõe multa diária de R$ 1 milhão ao sindicato. Segundo o Sinpro-DF, a medida não tem precedentes e “fere os princípios da razoabilidade, da isonomia e da liberdade sindical”.A entidade argumentou que todos os requisitos legais foram rigorosamente cumpridos, como a realização de assembleia geral com ampla participação, comunicação ao GDF com mais de 72 horas de antecedência e tentativa de negociação frustrada por decisão unilateral do governo.Secretaria de EducaçãoEm nota enviada ao Metrópoles na sexta-feira (30/5), a Secretaria de Educação do DF informou que a desembargadora relatora recebeu representantes da Procuradoria-Geral do DF (PGDF) e o advogado do Sinpro-DF, que propôs suspender a greve caso o governo aceitasse reabrir a negociação.“O GDF aceitou a proposta, mas, na sequência, o sindicato apresentou novas exigências, inviabilizando o acordo naquele momento”, disse.A pasta chefiada pela secretária Hélvia Paranaguá citou conquistas da categoria nos últimos anos, como:reajuste salarial de 18%, com a última parcela prevista para julho de 2025;incorporação das gratificações (Gaped e Gase) ao vencimento básico;revisão de benefícios, como auxílio-alimentação e saúde;concursos públicos e nomeações desde 2019.ReivindicaçãoSegundo Sinpro-DF, os educadores cobram um reajuste salarial de 19,8% e a reestruturação do plano de carreira. A paralisação é por tempo indeterminado.Confira as reivindicações:Reajuste de 19,8%;Reestruturação do plano de carreira;Diminuição do tempo para chegar ao topo da tabela salarial; ePagamento do dobro do percentual de titulação atualmente aplicado para professores ou orientadores educacionais com especialização, mestrado e doutorado. Hoje, esses percentuais são, respectivamente, de 5%, 10% e 15% sobre o vencimento básico.O sindicato argumentou que a categoria tenta negociar com o governo desde o início deste ano. No entanto, em 21 de maio, o Executivo local teria informado que não apresentaria qualquer proposta.