A enfermeira Nara Priscila Carneiro, de 40 anos, foi condenada nesta quinta-feira (29/5) a 28 anos de prisão por homicídio qualificado, acusada de matar seu colega de trabalho e amante, Ramam Cavalcante Dantas, com uma injeção letal em um hospital infantil no Centro de Fortaleza, em julho de 2017.Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), Nara e Ramam mantinham um relacionamento extraconjugal há quase dois anos. Na época do crime, Nara estava grávida e temia que a revelação da paternidade prejudicasse seu casamento de 11 anos.A motivação do crime teria sido evitar que Ramam revelasse ser pai da criança.Como tudo foi desvendadoO crime ocorreu em uma sala desativada do hospital, onde Ramam foi encontrado morto com uma seringa no braço e vestígios de pó branco nas narinas.Inicialmente, a morte foi tratada como suicídio, mas investigações posteriores revelaram que a substância nas narinas era cocaína, que não estava presente no sangue da vítima, indicando que foi colocada após a morte para simular suicídio. Leia também São Paulo Câmera mostra momento que ex-marido invade sala para matar enfermeira São Paulo Enfermeira morre após ser esfaqueada pelo ex-marido durante trabalho Mirelle Pinheiro Gangue da falsa médica: enfermeira é indiciada por fraudar atestados Brasil Médico e enfermeira são agredidos por paciente e posto é fechado Análises identificaram a presença de cloreto de potássio e midazolam no corpo de Ramam, substâncias utilizadas em execuções e sedação, respectivamente.Imagens de câmeras de segurança mostraram o casal entrando juntos na sala onde o corpo foi encontrado, mas somente Nara foi vista saindo. Testemunhas relataram que a sala ficava trancada e que apenas a mulher tinha acesso às chaves e aos medicamentos usados no crime.Além disso, análises de DNA em seringas e frascos encontrados no local indicaram a presença majoritária de material genético feminino.Em 2019, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) cassou o registro profissional de Nara por 30 anos, após processo ético que apontou infrações ao código de ética da profissão. A decisão foi baseada em artigos que proíbem a prática de crimes, violência e atos contrários às normas da enfermagem.A defesa de Nara recorreu da sentença, solicitando a despronúncia ou a retirada das qualificadoras do crime, alegando fragilidade nas provas. No entanto, o Tribunal de Justiça do Ceará manteve a decisão, considerando os indícios de autoria e materialidade do crime.