Lisboa celebra o Dia da Criança com murais, histórias e liberdade para errar com alegria

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A infância, esse território sem mapa, onde as perguntas valem mais do que as respostas, onde o chão é de papel, as paredes são convites e os dias ainda sabem a fruta comida com as mãos. É lá que tudo começa, não porque haja um princípio, mas porque há espanto. E é nesse espanto que Lisboa se abre, no Dia da Criança, com arte nos dedos e histórias no ar, como se o mundo ainda pudesse ser salvo com uma mochila pintada à mão e uma canção inventada no momento. No dia 1 de Junho, quando a cidade já se habituou ao calor a sério e os adultos continuam a fingir que sabem para onde vão, há quem se lembre de parar para ouvir os mais pequenos — não para lhes ensinar, mas para aprender. O MURO – Festival de Arte Urbana encerra a edição de 2025 no Museu da Água com o Mini MURO, uma iniciativa que entrega pincéis, tintas e liberdade aos pequenos artistas da cidade. Das 10h às 12h e das 15h às 18h, as oficinas convidam à criação de arte em murais, mochilas e garrafas reutilizáveis. Tudo serve de tela quando a criatividade é maior que as margens.A tarde ganha ritmo com uma Jam Session dirigida por Tânia Lopes, da Academia Musical SKOOLA. Às 16h, os tambores falam com o público e improvisam emoções. A entrada é livre — porque a arte, como a infância, não se deve cobrar. Já nos Jardins do Bombarda, o Centro Cultural e Comunitário organiza um festival com cinema em sala insuflável, teatro, histórias contadas, workshops, piqueniques e uma feira do livro. Tudo gratuito, exceto alguns workshops, e com uma atenção especial às crianças da Palestina, lembrando que o brincar pode — e deve — ser solidário. No universo dos livros, também se escuta a infância com atenção. A colecção “O que é?”, uma parceria dos centros Vila do Conde Porto Fashion Outlet e Freeport Lisboa Fashion Outlet com curadoria de Kiara Terra, estreia com o título “O Que é a Família?”. Com lançamento marcado para os dias 31 de maio e 1 de junho, o livro dá palco às definições dos miúdos sobre o que significa esse espaço emocional chamado casa. A leitura é aberta às famílias e faz parte de uma série que promete continuar a dar voz ao olhar fresco e desarmado das crianças. Também Manuela Castro Neves regressa às livrarias com “Um Cãozinho Entrou na História”, ilustrado por Maria Remédio, um livro que junta o abandono à amizade, a exclusão ao reencontro. Tomás, um rapaz novo na escola, e Kuky, um cão que sabe o que custa ser deixado para trás, constroem juntos uma narrativa onde a persistência transforma o olhar dos outros. A história, pensada para miúdos, ressoa em todos os que já se sentiram fora do jogo. No meio desta celebração, ainda há lugar para moda com alma: a colaboração Sanjo x Wolf & Rita dá novas cores aos clássicos ténis de lona, numa edição especial K100 Abril, que veste a infância de criatividade e resistência.No fundo, o que se celebra não é apenas o Dia da Criança — é a possibilidade de sermos outra vez pequenos. De olhar o mundo sem o filtro da pressa. De pintar sem medo de sair das linhas. E de, quem sabe, reaprender a perguntar: e se for só isto que importa? O conteúdo Lisboa celebra o Dia da Criança com murais, histórias e liberdade para errar com alegria aparece primeiro em Revista Líder.