Uma análise feita pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP), a pedido do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), aponta que o silo da Favela do Moinho, no centro de São Paulo, está em ruína. O relatório recomenda a demolição do reservatório.Segundo os profissionais envolvidos no estudo, o silo se encontra “em condições desfavoráveis à estabilidade global, inclusive por deterioração dos materiais simples e compostos utilizados em sua construção. O marco local está em estado de ruína, por enquanto parcial”, diz o documento, que foi enviado para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SDUH).9 imagensFechar modal.1 de 9PMs na Favela do MoinhoValentina Moreira/Metrópoles 2 de 9Policiais na Favela do MoinhoValentina Moreira/Metrópoles 3 de 9PMs usaram escudo para avançar contra protesto na linha 8-DiamanteValentina Moreira/Metrópoles 4 de 9Fumaça invadiu centro de São Paulo durante protesto contra demolição de casas na Favela do MoinhoValentina Moreira/Metrópoles 5 de 9Demolição Favela do MoinhoCDHU/Reprodução6 de 9Favela do Moinho está entre duas linhas de trem da CPTMJessica Bernardo/Metrópoles7 de 9CDHU marca casas da Favela do MoinhoJessica Bernardo/Metrópoles8 de 9Ruas de terra, barracos de madeira e fios emaranhados fazem parte do cenário da Favela do MoinhoJessica Bernardo/Metrópoles9 de 9Favela do Moinho teve saneamento básico regularizado em 2022Jessica Bernardo/MetrópolesA estrutura que abrigou a produção do Moinho Central, desativado na década de 1980, é feita de concreto armado e não apresenta indícios de manutenção preventiva, segundo o relatório do Crea. “Ao considerarmos os fatores mínimos de segurança a serem adotados como maneira de preservação às vidas humanas, bem como danos materiais e ambientais, é recomendável a demolição responsável da estrutura”, diz o documento.Demolição de casasO governo do estado iniciou no mês passado a demolição de casas desocupadas da Favela do Moinho. A ação virou motivo de protestos dos moradores e desencadeou na decisão do governo federal de interromper o processo de cessão do território.O terreno onde a favela está instalada foi ocupado por moradores na década 1990, após a desativação de uma antiga fábrica de farinha. O local acabou transferido para a Rede Ferroviária Federal (RFFSA), chegou a ser leiloado, mas voltou recentemente para o patrimônio da União, após uma decisão judicial. Atualmente, a área é administrada pela Secretaria do Patrimônio Urbano (SPU).Em novembro de 2023, a gestão de Tarcísio entrou com pedido para que a União cedesse o espaço ao estado. A proposta é usar a área para construir o Parque Urbano do Moinho, além de outras instalações. Para isso, o governo federal exigiu, como contrapartida, que o estado apresentasse um plano de reassentamento para os moradores. Leia também São Paulo Favela do Moinho: governos Lula e Tarcísio acertam moradias gratuitas São Paulo Favela do Moinho: ministros de Lula se reúnem com gestão Tarcísio São Paulo Favela do Moinho: moradores devem denunciar violência policial à União São Paulo Favela do Moinho: moradores dizem ter sido orientados a “inflar” renda Em meio às críticas ao programa habitacional — acusado, entre outros aspectos, de incentivar os moradores a fraudar a própria renda e de pressioná-los a assinar contratos –, parte das famílias aceitou as propostas e deixou a favela, desocupando as habitações no Moinho.Foi quando começou o entrave sobre a demolição ou não dos imóveis. O governo estadual afirma que as moradias vazias oferecem risco à segurança e à saúde dos moradores que permanecem na favela e defende a derrubada dos imóveis.