O Banco Central Europeu não deve “reagir de forma exagerada” ao fato de a inflação da zona do euro estar abaixo de sua meta de 2%, pois há boas razões para acreditar que ela voltará a subir, disse o membro do BCE Boris Vujcic à Reuters.O BCE cortou a taxa de juros na quinta-feira pela oitava vez no último ano, mas sinalizou pelo menos uma pausa no próximo mês, apesar de projetar uma inflação de apenas 1,6% em 2026. A inflação na zona do euro foi de 1,9% em maio, de acordo com uma estimativa publicada na semana passada.LEIA MAIS: Super Quarta no radar – saiba o que esperar das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos e como investir a partir de agoraVujcic, que também é o presidente do banco central da Croácia, disse que o crescimento dos preços provavelmente se recuperará mais tarde e que a política monetária não deve tentar fazer uma “cirurgia de precisão” em pequenas flutuações de sua meta.“Um desvio de algumas dezenas de pontos-base em ambos os lados da meta não é um problema”, disse Vujcic em uma entrevista no sábado em Dubrovnik. “Porque sempre haverá pequenos desvios. Se você os considerar como um problema, então você reagirá de forma exagerada. Isso não é uma cirurgia de precisão.”Vujcic disse que é razoável esperar que a inflação volte a subir à medida que a economia acelerar. Também é improvável que a força do euro tenha efeitos secundários sobre os preços, a menos que dure vários trimestres, disse Vujcic.Alguns membros do BCE, especialmente o presidente do banco central de Portugal, Mário Centeno, temem que a inflação da zona do euro possa desacelerar demais.Vujcic disse que vê os riscos em torno das perspectivas de inflação como “bastante equilibrados”, mas advertiu que há uma “incerteza total” em torno das tensões comerciais globais com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.