Durante visita oficial à sede da Interpol em Lyon, na França, nesta segunda-feira (09/06), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmou uma Declaração de Intenções com quatro eixos de ação: intensificar a cooperação internacional, desarticular redes criminosas transnacionais, apoiar a modernização dos órgãos de segurança e garantir a proteção de grupos vulneráveis, respeitando os direitos humanos.Em discurso, Lula ressaltou a necessidade de sufocar os mecanismos de financiamento ilícito, como a lavagem de dinheiro. Segundo ele, o crime organizado tornou-se uma questão global e exige resposta conjunta. “Assim como a mudança do clima e a governança digital, a cooperação policial será prioridade da política externa brasileira”, declarou.Foi a primeira vez que um chefe de Estado do Brasil visitou a sede da Interpol, organização policial com 196 países membros. Lula também mencionou o Programa Ouro Alvo, parceria entre Brasil e França contra a mineração ilegal. O presidente citou o confisco de US$ 250 milhões em bens de acusados de crimes ambientais em 2024, além da destruição de US$ 60 milhões em maquinário ilegal.Durante a cerimônia, Lula recebeu uma medalha honorária da Interpol, entregue pelo presidente do Comitê Executivo da organização, Ahmed Naser Al-Raisi. O reconhecimento foi motivado pela atuação do Brasil no enfrentamento ao crime transnacional. O presidente também condecorou Valdecy Urquiza, recém-eleito secretário-geral da Interpol, com a Ordem de Rio Branco.Urquiza afirmou que o crime organizado exige resposta multilateral. “É preciso uma estratégia global e coordenada para enfrentar redes que praticam tráfico humano, exploração sexual, crimes cibernéticos e ambientais”, disse. Ele destacou o papel do Brasil como parceiro estratégico da Interpol.O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, declarou que o crime retira recursos de setores essenciais. “Não pode haver combate isolado. É preciso união entre os Estados”, afirmou. Também participaram do evento o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, ministros e parlamentares.Leia Mais:Com blindagem de senadores do Amazonas, ZFM passa ilesa por cortes fiscais em pacote do IOFAmazonas tem mais beneficiários do Bolsa Família que trabalhadores com carteira assinada