A conta de energia elétrica dos brasileiros acumulou uma alta de 177% nos últimos 15 anos, um valor que supera em 45% a inflação registrada no mesmo período. Os dados fazem parte de um estudo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) que evidencia o peso crescente da eletricidade no orçamento da população. Para ilustrar o impacto, o estudo detalha que o preço médio do megawatt-hora (MWh) saltou de R$ 310 em 2024. Este aumento expressivo afeta diretamente o chamado “mercado regulado”, que engloba 99,9% dos consumidores, incluindo residências e pequenos comércios. A pesquisa da Abraceel também destaca a grande diferença em relação ao “mercado livre”, onde grandes empresas e indústrias podem negociar diretamente com os fornecedores. Para esses consumidores, que representam 0,7% do total, a alta no mesmo período foi significativamente menor, de 44%. A capacidade de escolher preços, prazos e fornecedores explica essa disparidade. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Entre as principais razões estão a contratação de energia de fontes mais caras, como as usinas termelétricas (acionadas principalmente em períodos de seca), decisões políticas sobre o custo da energia e a alocação de riscos, como o “risco hídrico”, diretamente para o consumidor final. A indexação de contratos de longo prazo também é apontada como um fator de pressão sobre as tarifas. O resultado é um impacto direto no bolso da grande maioria dos brasileiros, que atualmente já enfrentam a bandeira tarifária vermelha, refletindo o aumento do custo de geração de energia no país. Leia também Relatora da CPI das Bets pede indiciamento de Virginia Fonseca, Deolane e mais 14 'Oceano silencioso': Grupo de 37 países lança ação para combater poluição sonora nos mares