O governador Romeu Zema (Novo) autorizou os cartórios de Minas a reajustarem em 266% as taxas cobradas para registro de imóveis.É o maior valor cobrado em todo o país, o que irá aumentar substancialmente o lucro dos cartórios no estado. No último semestre, antes do reajuste, cartórios de registros de imóveis em Minas arrecadaram R$ 1,36 bilhão, segundo dados do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Leia também Brasil Zema pede união de governadores de direita visando campanha de 2026 Brasil Zema posta meme de Lula como bebê reborn: “Apertou, faz caquinha” Paulo Cappelli De olho em 2026, ministros de Lula travam embate com Zema O reajuste foi proposto pelo Tribunal de Justiça de Minas e aprovado pela Assembleia Legislativa. O governador poderia vetar a iniciativa, mas sancionou o texto.Zema busca se consolidar como alternativa da direita para as eleições presidenciais de 2026 em contraponto à reeleição de Lula (PT).A medida foi duramente criticada por incorporadores locais, que questionaram o fato de um governo liberal não vetar o reajuste que atinge fortemente o mercado imobiliário.Em pronunciamento, Romeu Zema fala sobre prioridades de seu 2º mandatoParte da verba arrecadada com a alta das tarifas vai irrigar órgãos públicos locais, como o Ministério Público estadual, a Defensoria Pública e a Advocacia-Geral do Estado (AGE), que representa o governo de Minas na Justiça.O valor cobrado para escrituras que vão de R$ 1,4 mil a R$ 3,2 milhões foi aumentado igualmente em 266%.Em um imóvel de R$ 250 mil do Minha Casa, Minha Vida, as taxas de cartório antes somavam cerca de R$ 2 mil. Agora, o valor subiu para R$ 6,6 mil, segundo estimativa do site Metro Quadrado.Na faixa acima de R$ 3,2 milhões, o acréscimo pode chegar a 300 vezes o valor. Por exemplo, um imóvel de R$ 4,2 milhões sofrerá um aumento de R$ 6 mil no custo das taxas. O limite para esse acréscimo é de 300 vezes – o que significa que o proprietário terá que desembolsar R$ 900 mil a mais.A arrecadação que resultar do aumento nessa faixa superior, acima de R$ 3,2 milhões, será dividida com órgãos do sistema de Justiça do Estado. Vinte e cinco por cento do arrecadado nessa faixa será dividido entre o Ministério Público estadual, a Defensoria Pública e a Advocacia-Geral.Reajuste de taxa de cartório é questionado no CNJPara tentar reverter o reajuste, o Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de Minas Gerais ingressou com uma ação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O caso é relatado pelo conselheiro José Edivaldo Rocha Rotondano. Nesta segunda-feira (2), ele deu prazo de cinco dias para o TJ-MG se manifestar sobre o assunto.A coluna procurou o governo de Minas e o TJ, mas não obteve retorno.Em nota, o Sinduscon-MG informou que aguarda a avaliação do caso em discussão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e que não comenta casos em tramitação junto aos órgãos judiciários. “Tão logo haja uma decisão, será possível contribuir com mais informações para assegurar a sustentabilidade econômica e impulsionar o mercado imobiliário do estado”, informou.