O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, voltou a defender uma mudança no sistema eleitoral brasileiro. Para o ministro, o país já está “mais do que maduro” para adotar o voto distrital misto.Segundo Barroso, esse modelo permitiria aos eleitores saber exatamente quem os representa no Congresso e ajudaria a reduzir a fragmentação partidária. Atualmente, o sistema de voto proporcional em lista aberta dificulta a identificação do parlamentar eleito e, na visão de Barroso, enfraquece a governabilidade.“O Brasil tem um dos piores sistemas eleitorais do mundo para a eleição da Câmara dos Deputados. É caro, pouco representativo e não favorece a governabilidade”, afirmou o presidente do STF. Ele também destacou que menos de 5% dos deputados são eleitos com votos próprios, o que dificulta a cobrança de responsabilidade pelos eleitores.Barroso lembrou que defende a adoção do voto distrital misto desde 2006. Ele acredita que, se a mudança tivesse ocorrido naquela época, poderia até ter evitado crises políticas como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.Barroso chegou a discutir o tema com lideranças de partidos em 2020, quando o ministro assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na época, decidiram esperar para ver os efeitos da cláusula de barreira e da proibição de coligações proporcionais.Agora, Barroso considera que o momento é favorável para a mudança. “Hoje, temos um sistema em que o parlamentar não sabe por quem foi eleito e o eleitor não sabe quem colocou lá. Um não tem de quem cobrar e o outro não tem a quem prestar contas”, concluiu.Leia Mais:Aplicativo e inteligência artificial vão reforçar serviços ambientais no AmazonasCom inteligência artificial, campanha eleitoral em 2026 será 100% de mentiras, afirma LulaSTJ vai decidir se PIS e Cofins devem incidir em serviços e comércio na Zona Franca de Manaus