Transplante fecal: o que é e para que serve?

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Uma nova pesquisa da Universidade de Chicago, publicada na Cell, alerta para os riscos do uso generalizado de transplantes de microbiota fecal (TMF) — técnica que transfere microrganismos das fezes de um doador saudável para pacientes com distúrbios intestinais ou metabólicos.Embora promissora para tratar condições como infecções por Clostridium difficile, obesidade e autismo, a prática pode provocar efeitos colaterais persistentes e indesejados.Microrganismos fora de sua região original no intestino alteram metabolismo – Imagem: shutterstock/DudnikPhotoLeia mais:Microplásticos passam do intestino e se espalham pelo corpoEstá estressado? A solução pode estar no seu intestinoSegredo para o envelhecimento pode estar no intestino; entenda por queOrganismo em riscoExperimentos mostraram que microrganismos do cólon, ao colonizarem regiões como o intestino delgado, alteram o ambiente intestinal, a expressão genética e até o comportamento dos receptores.Os efeitos podem surgir mesmo após um único transplante.Esses micróbios “terraformam” os tecidos para se adaptarem, o que pode prejudicar o equilíbrio natural do organismo.Desequilíbrios microbianos causados pelo tratamento podem provocar impactos persistentes no organismo – Imagem: sdecoret/ShutterstockPesquisadores sugerem outro métodoOs pesquisadores defendem uma abordagem mais precisa, chamada de “transplante omnimicrobiano” (TMO), que envolve a transferência de micróbios compatíveis com cada região do intestino.O objetivo é preservar a diversidade natural do microbioma e evitar descompassos que dificultem a recuperação da função intestinal normal.“Não deveríamos mover microrganismos do intestino grosso para lugares onde eles não pertencem”, afirma o pesquisador Landon DeLeon, um dos autores do estudo. “Precisamos alinhar microbiotas específicas a seus ambientes corretos para garantir segurança e eficácia terapêutica.”DeLeon planeja continuar estudando como diferentes micróbios exercem sua influência em diferentes partes do intestino, usando diferentes abordagens, como sequenciamento de células únicas e metabolômica, para rastrear sua atividade.Bactérias do cólon, ao colonizarem regiões erradas do intestino, causam efeitos imprevisíveis – Imagem: ShannonChocolate/ShutterstockO post Transplante fecal: o que é e para que serve? apareceu primeiro em Olhar Digital.