O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou, nesta terça-feira (10/6), que a Polícia Militar (PM) paulista “evita o confronto de todas as formas” e que, na “maioria absoluta das vezes”, as investigações mostram que “os policiais usaram a força de forma legítima”.Tarcísio foi questionado sobre os dados de letalidade policial revelados pelo Metrópoles nesta terça. A reportagem especial “A política da bala” mostra que entre as 246 mortes cometidas por PMs na cidade de São Paulo no ano passado, 85 estavam sem arma de fogo e 47 morreram baleadas pelas costas. Leia também São Paulo “Foda-se as crianças”, diz PM antes de matar jovem na zona leste. Ouça São Paulo PMs deram 459 tiros ao matar vítimas que não tinham arma de fogo em SP Matérias Especiais Em um ano, PM matou 85 desarmados e 47 com tiros pelas costas em SP São Paulo Em Pinheiros, homem em surto é rendido. Na Cracolândia, morre com 25 tiros “A Polícia Militar evita o confronto de todas as formas. A gente não quer o confronto, a gente quer a paz, quer garantir a paz”, afirmou o governador durante cerimônia de formatura de 1,8 mil soldados da PM no Autódromo de Interlagos, na zona sul da capital paulista.“Quando for necessário, quando a polícia for confrontada, for desrespeitada, quando ela for atacada, aí o policial tem que se defender. Observe que ao longo do tempo várias investigações têm sido feitas porque a polícia é muito escrutinada. Ela é muito investigada, o Ministério Público tem o grupo de atuação, de controle externo da atividade policial. Os inquéritos são abertos e, na maioria absoluta das vezes, se conclui que os policiais usaram a força de forma legítima. Isso nos dá também tranquilidade”, completou Tarcísio.Ao discursar para os novos soldados, ao lado do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), Tarcísio afirmou que os policiais devem se lembrar dos “procedimentos”, como uma forma de proteger a vida dos agentes. O governador também afirmou que “há quem critique a polícia e não compreenda o trabalho”. “Mas na hora da dor e do sofrimento é à polícia que a sociedade vai recorrer”, completou.Derrite pode deixar cargo em dezembroTarcísio também negou qualquer insatisfação com Derrite e exaltou o trabalho do secretário, que articula para ser candidato ao Senado em 2026. Para isso, ele precisa deixar o cargo até abril do próximo ano.Derrite afirmou, no entanto, que pode deixar o cargo ainda neste ano, para retomar o mandato de deputado federal e trabalhar nas discussões sobre a PEC da Segurança Pública, enviada pelo governo Lula e duramente criticada por ele. De acordo com o secretário, porém, a decisão de deixar o cargo até dezembro ou somente em abril de 2026 caberá ao governador.