Funcionário alega ter sido forçado a beber 4L de cerveja por dia e processa empresa

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Um mestre cervejeiro processou a Ambev após alegar que desenvolveu alcoolismo devido ao seu trabalho na empresa. O ex-funcionário, que trabalhou na Ambev por mais de 15 anos, afirmou que a necessidade de experimentar cervejas diariamente contribuiu para sua condição. Ele alegou ter consumido, em média, quatro litros de cerveja por dia durante seu período de trabalho.O mestre cervejeiro foi admitido na empresa em 1976, aos 26 anos, e afirmou que não foi alertado sobre os riscos associados à sua função. Ele foi dispensado em 1991 e atualmente está aposentado por invalidez. Em sua ação judicial, ele buscou indenização por danos morais e materiais, alegando que a empresa não tomou medidas para prevenir sua doença ocupacional.Análise da decisão judicial e os principais argumentosO Tribunal Superior do Trabalho (TST) negou o recurso do ex-mestre cervejeiro, mantendo as decisões das instâncias inferiores. A Segunda Turma do TST considerou que não era possível revisar as provas e fatos do caso, conforme a Súmula 126 do tribunal. O ex-funcionário apresentou documentos que atestavam seu tratamento para dependência alcoólica, incluindo um parecer de uma médica psiquiatra.Por outro lado, a Ambev argumentou que o processo de degustação de cerveja envolve apenas pequenas quantidades, insuficientes para causar alcoolismo. A empresa afirmou que o método de degustação não expõe os profissionais a riscos significativos, já que consiste em apenas girar um gole na boca para sentir o sabor.Barril de cerveja. Créditos: depositphotos.com / VadimVaseninO que levou o tribunal a negar o recurso?O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1) desqualificou as provas apresentadas pelo ex-funcionário, concluindo que não havia evidências suficientes para estabelecer a culpa da Ambev. A decisão destacou que os sintomas de alcoolismo começaram a se manifestar anos após sua dispensa, em 1999, o que afastou o nexo de causalidade entre o trabalho e a doença.Além disso, foi mencionado que o ex-mestre cervejeiro trabalhou em outras empresas na mesma função após deixar a Ambev. O TST, por unanimidade, decidiu manter a decisão do TRT-1, afirmando que uma revisão dos fatos e provas seria necessária para um julgamento diferente, o que não é permitido no tribunal.Há riscos em trabalhar com cerveja?O caso do mestre cervejeiro levanta questões importantes sobre a responsabilidade das empresas em relação à saúde de seus funcionários. Embora a decisão judicial tenha sido desfavorável ao ex-funcionário, o caso destaca a necessidade de medidas preventivas e de conscientização sobre os riscos ocupacionais.Empresas do setor de bebidas e outros segmentos devem considerar a implementação de políticas de saúde ocupacional mais rigorosas. Isso inclui a educação dos funcionários sobre os riscos associados às suas funções e a oferta de suporte adequado para prevenir condições como o alcoolismo.Tendências nas relações trabalhistas do setor de cervejaO desfecho deste caso pode influenciar futuras ações judiciais envolvendo alegações de doenças ocupacionais. A indústria de bebidas, em particular, pode precisar reavaliar suas práticas de trabalho para garantir que os funcionários estejam protegidos contra riscos à saúde.Além disso, o caso ressalta a importância de documentar adequadamente os procedimentos de trabalho e os treinamentos oferecidos aos funcionários. Isso pode ser crucial para as empresas se defenderem em casos semelhantes no futuro, garantindo que suas práticas estejam em conformidade com as normas de segurança e saúde ocupacional.O post Funcionário alega ter sido forçado a beber 4L de cerveja por dia e processa empresa apareceu primeiro em Terra Brasil Notícias.