StartupiItaú Unibanco prioriza cultura e tecnologia para construir banco digital integradoNo segundo dia do VTEX Day, Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco, compartilhou a estratégia de transformação do banco. A meta é tornar-se uma organização 100% digital, capaz de atender às demandas de cada cliente em diferentes momentos, sem criar um banco digital separado.“Mais do que uma decisão tecnológica, a escolha do Itaú Unibanco foi por uma mudança de posicionamento: tornar-se um banco de contexto, capaz de entender a necessidade de cada cliente em diferentes momentos”, afirma o executivo, ao lado de Paula Bellizia, vice-presidente Latam da AWS, parceira na infraestrutura em nuvem.A decisão da instituição foi unificar operações, investindo em mudança cultural e eliminação de silos internos. O projeto inclui a substituição dos mainframes legados por uma nova arquitetura, com prazo de conclusão até 2028, para dar suporte à inovação.“É preciso ter coragem para abraçar o novo, quebrar paradigmas e encontrar o parceiro certo para essa transformação, na escala e qualidade que o banco precisa”, diz Milton. Segundo ele, a AWS foi escolhida para hospedar a nova infraestrutura, que utiliza arquitetura data mesh, 100% em nuvem.No painel mediado por Geraldo Thomaz, cofundador e co-CEO da VTEX, Milton explicou que a transição para o novo modelo abandonou a divisão de clientes por segmentos, adotando uma visão individualizada. “Vamos deixar de olhar o cliente por segmentos. Ele será visto como um CPF. Mesmo que tenha a mesma renda que outro, seu comportamento é diferente. Saímos da visão de produto para a visão de jornada”, destaca.A nova estrutura permite ao banco tomar decisões de crescimento com mais agilidade. “Antes, precisávamos planejar investimentos em data centers com anos de antecedência. Agora, ganhamos eficiência, escala e liberdade para inovar”, acrescenta o executivo.Para viabilizar a transformação, a mudança cultural foi apontada como o principal motor. A instituição abandonou o modelo de desenvolvimento waterfall, passou a adotar metodologias ágeis, reduziu níveis hierárquicos e buscou líderes com o perfil necessário para o novo momento. Cerca de 40% dos profissionais foram contratados após a pandemia, com média de idade de até 35 anos.“Esse é um processo que precisa começar no Conselho de Administração”, destaca Milton, mencionando nomes como Fabrício Bloisi (CEO do iFood), Cesar Gon (CEO e fundador da CI&T) e Paulo Veras (99), que participam do Comitê de Customer Experience do banco. Ele ressaltou que esses perfis dificilmente fariam parte de conselhos de bancos tradicionais.A inteligência artificial também é parte estratégica da jornada. “A IA é uma agenda do CEO. Mais do que Chief Executive Officer, o CEO precisa ser o Culture Executive Officer”, afirmou Milton. O Itaú criou um framework de Responsible AI para nortear o uso ético da tecnologia, evitar vieses e garantir alinhamento com os valores da organização.Paula Bellizia comentou que a transformação cultural é fundamental em tempos de mudanças rápidas. “Poucas empresas aceitam o erro inerente à inovação. Mas é preciso agir, experimentar, reaprender com a IA. Essa revolução está acontecendo agora, e ela é rápida”, declara.Ela reforçou a importância da ótica do consumidor como ponto de partida. “A última parte das conversas com nossos clientes é sobre tecnologia. O que fazemos primeiro é ajudá-los a entender o próprio negócio a partir da visão do cliente”, conclui.Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!O post Itaú Unibanco prioriza cultura e tecnologia para construir banco digital integrado aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Tiago Souza