Congresso caminha mais lento em 2025. Saiba por quê

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Desde que o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) assumiram o comando da Câmara e do Senado, respectivamente, o ritmo dos trabalhos no Congresso passou a caminhar de forma mais lenta. De fevereiro ao final de maio de 2025, ambas as Casas tiveram ao menos três semanas de recesso informal.Entre viagens dos presidentes, eventos que parlamentares foram participar e feriados estendidos pelas duas Casas, o Legislativo ainda não tem uma leva de propostas deliberadas para deixar como vitrine para esta primeira metade do ano até o momento. Na última semana, Câmara e Senado pararam suas atividades para receber o 11º Fórum Parlamentar do Brics.Agora, com a volta aos trabalhos em 10 de junho, deputados e senadores têm um mês para a aprovação de algo que traga mais destaque ao Congresso antes do recesso parlamentar, em julho.No momento, as casas andam às voltas ocm a polêmica em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).Desde o início do ano, entre as propostas mais relevantes aprovadas estão o Orçamento deste ano, que deveria ter sido aprovado em 2024, e a lei da Reciprocidade Econômica, que foi votada depois da escalada da guerra comercial propagada pelo governo norte-americano.Comparativo de 2024 e 2025 na CâmaraO Metrópoles buscou os números de sessões deliberativas e o número de propostas aprovadas pelas duas Casas de 1º de fevereiro a 31 de maio de 2024 e de 2025. O levantamento considerou desde a aprovação de acordos internacionais e requerimentos até projetos de lei (PLs) e Propostas de Emenda à Constituição (PECs).Na Câmara, os números absolutos mostram que houve crescimento de sessões: de 32 reuniões deliberativas em 2024 sob a gestão do então presidente Arthur Lira (PP-AL) para 46 em 2025 sob Motta. Mesmo tendo mais sessões neste ano, a diferença de propostas aprovadas foi mínima, com só três a mais neste ano em relação a 2024. No ano passado foram 147, já neste ano 150.Apesar do resultado absoluto mostrar um pequeno crescimento, no ano passado existiram aprovações de propostas consideradas “mais relevantes” e com teor de maior impacto.Motta começou sua gestão com a promessa de dar mais ritmo aos trabalhos da Câmara, porém o plano até aqui não se concretizou.Comparativo de 2024 e 2025 no SenadoO Metrópoles utilizou a mesma metodologia para os senadores. Foram elencadas como propostas aprovadas desde acordos internacionais e requerimentos até projetos de lei (PLs) e Propostas de Emenda à Constituição (PECs).No Senado, os números absolutos mostram que houve queda de sessões no comparativo de fevereiro a maio deste ano com o mesmo período do ano passado. Sob o comando do então presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a Casa Alta teve 37 sessões em 2024. Já neste ano, sob a direção de Alcolumbre, foram 27 sessões de fevereiro até 31 de maio.Também foi registrado queda de propostas aprovadas no Senado neste ano. Enquanto em 2024, de fevereiro a maio, foram aprovadas 67 propostas, neste ano foram 59.Diferentemente do perfil de Pacheco, que costumava não pautar assuntos de última hora no plenário, Alcolumbre tem um perfil mais imprevisível, escolhendo colocar projetos em votação enquanto a sessão está ocorrendo.Além disso, o atual presidente do Senado tem o costume de colocar em pauta apenas propostas que tenham o seu aval ou o seu apoio, uma vez que é prerrogativa do presidente incluir itens extraordinários em pauta.As paralisações do Congresso no 1º semestrePara além dos perfis diferentes dos presidentes da Câmara e do Senado, o Legislativo teve feriados estendidos neste primeiro semestre. No Carnaval, ambas as Casas tiveram uma pausa que durou cerca de 1o dias. Depois, na Páscoa, houve mais uma semana esvaziada, com os deputados com sessões remotas e o Senado sem reuniões deliberativas.Por último, na semana passada, o Congresso também viveu um recesso branco com a realização do Fórum Parlamentar do Brics. Apenas a Câmara teve sessão na segunda-feira (2/6), véspera do evento internacional.Soma-se aos períodos em que as Casas viveram recessos brancos nesses quatro meses estão as viagens de Motta e Alcolumbre ao exterior. Na ausência deles, sessões que foram realizadas não deliberaram sobre nenhum tema de teor mais relevante.O presidente da Câmara e do Senado acompanharam a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em suas viagens ao Japão e ao Vietnã, em março,  e ao Vaticano em abril, esta última para o velório do Papa Francisco. Depois, Alcolumbre ainda viajou novamente com Lula para a Rússia e a China, no começo de maio.Apesar de não ter ido na última viagem que Alcolumbre foi, Motta viajou no mesmo período para Nova York (EUA), onde participou de outros eventos, e também se ausentou da Câmara.