Governistas investem em ofensiva de que Bolsonaro “quer taxar o Brasil”

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Diante do anúncio de Donald Trump de impor uma tarifa de 50% a produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, governistas investem numa ofensiva nas redes sociais com o mote de que, enquanto o projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “taxar os super-ricos”, o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria “taxar o Brasil”.Aliados de Lula já começaram a apostar nessa narrativa. Além de criticar diretamente o ex-presidente, reforça o discurso de justiça tributária e a tentativa do governo de elevar taxações a pessoas de alta renda, em especial após a derrota do Planalto com a derrubada da alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) — briga que está no STF (Supremo Tribunal Federal), ainda sem sinais claros de resolução.“Lula quer que os bilionários paguem parte [da] conta [para] investir nos mais pobres. Bolsonaro quer que o Brasil todo se prejudique para que ele possa se livrar da Justiça. Ele e seus comparsas operam no caos e só pensam neles mesmos”, escreveu o senador Humberto Costa (PT-PE). Leia Mais: Tarcísio defende reflexão e maturidade em negociação com EUA Deputados de oposição e do governo debatem tarifa de Trump ao Brasil Diplomacia brasileira nos EUA fica atônita com tarifa contra Brasil Integrantes da oposição, por outro lado, afirmam que a taxação americana é resultado de uma série de posturas da gestão petista.Aproveitam ainda para defender uma anistia “geral e irrestrita” a investigados de envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado, como Jair Bolsonaro.A intenção da oposição é tentar emplacar a votação de um projeto neste sentido no plenário da Câmara antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho, por exemplo.“Nota de Trump é muito clara quanto às motivações das sanções ao Brasil: resposta aos abusos de Alexandre de Moraes contra Bolsonaro e a direita, além de suas decisões secretas e ilegais contra empresas e cidadãos americanos. Seus métodos venezuelanos não têm mais espaço numa democracia. Precisamos aprovar a anistia ampla, geral e irrestrita na busca por pacificação. Se não for no bom senso, pode acabar sendo na dor”, escreveu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho de Jair Bolsonaro.Virou uma guerra de versões para tentar convencer a população de quem estaria certo, considerando já as consequências eleitorais que o episódio pode ter.Governistas também começaram a apostar na frase “O Brasil é soberano”.O grupo tem defendido articular eventual cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado licenciado e filho de Jair Bolsonaro, que está há meses nos Estados Unidos em contato com políticos do país. Avaliam que ele atenta contra a soberania nacional, que conspirar contra o Brasil “é crime de lesa pátria”.Bolsonaristas dizem que Eduardo Bolsonaro deve voltar ao Brasil no ano que vem para se candidatar nas eleições — para qual cargo, porém, não se sabe.Análise: Trump retoma tarifaço como tentativa de mostrar poder | WW