O volume de vendas do comércio varejista brasileiro registrou queda de 0,2% em maio de 2025 frente ao mês anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo IBGE. O recuo ocorre após a variação negativa de 0,3% em abril, e representa um momento de estabilidade moderada no setor varejista nacional.No entanto, na contramão da média nacional, o Amazonas teve crescimento de 2,1% nas vendas do varejo ampliado, liderando entre os estados e figurando em primeiro lugar entre os três melhores desempenhos do país.Os piores desempenhos foram registrados no Tocantins (-3,5%) e em Santa Catarina (-2,1%). Já os estados que mais cresceram, ao lado do Amazonas, foram Alagoas (1,3%) e Rio de Janeiro (1,2%).Comércio varejista tem desempenho desigual entre setoresNa média nacional, cinco das oito atividades pesquisadas pelo IBGE apresentaram crescimento no volume de vendas em maio. Os principais destaques positivos foram:Equipamentos de escritório, informática e comunicação: +3,0%Móveis e eletrodomésticos: +2,0%Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: +1,7%Tecidos, vestuário e calçados: +1,1%Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios e bebidas: +0,4%As variações negativas foram observadas nos segmentos de outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,1%), livros, jornais e papelaria (-2,0%) e combustíveis e lubrificantes (-1,7%).Já no comércio ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas cresceram 0,3% em maio, impulsionadas especialmente pelo segmento de veículos e motos, partes e peças, que subiu 1,5%.Na comparação anual, crescimento é generalizadoQuando comparado a maio de 2024, o varejo brasileiro apresentou crescimento de 2,1% no volume de vendas. O destaque foi o setor de tecidos, vestuário e calçados, que cresceu 7,1% no mês, acumulando 13 meses consecutivos de alta. Também tiveram forte desempenho os segmentos de:Móveis e eletrodomésticos: +7,0%Artigos farmacêuticos: +5,5%Informática e comunicação: +4,7%Livros e papelaria: +2,5%Hiper e supermercados: +1,2%No comércio ampliado, a taxa de crescimento na comparação anual foi de 1,1%. Veículos, motos, peças e acessórios subiram 1,5%, enquanto material de construção avançou 4,7%. O único recuo expressivo foi no setor de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 5,1%, a décima consecutiva.Amazonas consolida recuperação no primeiro semestreCom o resultado de maio, o Amazonas se consolida como um dos únicos estados com avanço constante nas vendas em 2025. Segundo o IBGE, a alta de 2,1% no comércio varejista ampliado posiciona o estado à frente de todas as demais unidades da federação da Região Norte. O crescimento representa resiliência em meio à retração nacional e reforça a retomada gradual da economia local após as oscilações do início do ano.O desempenho amazonense também é relevante por estar associado a um contexto de desaceleração em grandes mercados do país. Enquanto isso, o consumo interno no estado mantém trajetória de recuperação, puxado por setores como supermercados, artigos de uso pessoal, eletrodomésticos e materiais de construção.Panorama acumulado e perspectivasNo acumulado de 2025, o volume de vendas no varejo brasileiro registra crescimento de 2,2%, e no varejo ampliado, de 1,1%. Em 12 meses, os avanços são de 3,0% e 2,4%, respectivamente. Já a receita nominal, que mede o faturamento sem descontar a inflação, teve alta de 8,5% no varejo e 6,9% no comércio ampliado.Apesar das quedas mensais pontuais, a leitura dos dados indica uma manutenção do ritmo de crescimento anual, impulsionado especialmente por setores como vestuário, móveis e produtos farmacêuticos. As próximas divulgações indicarão se o varejo manterá esse padrão no segundo semestre ou se a instabilidade conjuntural, marcada por juros altos e incertezas fiscais, impactará o ritmo das vendas.Leia mais:Vereadores de Manaus falham em enfrentar crise na mobilidade e transporte coletivoGoverno lança novos editais e amplia cirurgias ginecológicas, vasculares e dermatológicas no AM