Cientistas e entusiastas debatem, há décadas, se a humanidade deve ou não enviar mensagens em busca de contato com alienígenas. Afinal, e se os destinatários forem hostis? Mas uma nova pesquisa sugere que essa discussão está ultrapassada. Isso porque, nos últimos 75 anos, já emitimos sinais que revelam nossa presença na Terra.Nossos sistemas de radar, tanto civis quanto militares, já emitem sinais potentes que podem ser detectados por possíveis ouvintes alienígenas, aponta estudo apresentado pela Royal Astronomical Society.Radares civis e militares ‘gritam’ para (possíveis) extraterrestres desde a Guerra Fria, segundo estudoA equipe, liderada por Ramiro Saide, da Universidade de Manchester, simulou transmissões de aeroportos e sistemas militares. E analisou como esses sinais seriam percebidos a partir de seis estrelas próximas: Estrela de Barnard, HD 48948, HD 40307, AU Microscopii, HD 216520 e LHS 475.Estudo simulou transmissões de aeroportos e sistemas militares para analisar como esses sinais seriam percebidos em estrelas próximas da Terra (Imagem: Wirestock Creators/Shutterstock)Quando se trata de sinais de radar direcionais de alta potência, a Terra “grita” desde os primeiros anos da Guerra Fria, na década de 1950.Segundo o estudo, os sinais de radar civis combinados do nosso planeta somam 2×10¹⁶ watts. E os sistemas militares adicionam sinais mais focados e direcionais de cerca de 1×10¹⁴ watts. Tudo isso gera uma assinatura de rádio que denuncia tecnologia artificial.Com essa intensidade de emissão, qualquer civilização situada a até 200 anos-luz da Terra e equipada com um radiotelescópio poderia nos detectar.Qualquer civilização situada a até 200 anos-luz da Terra e equipada com um radiotelescópio poderia nos detectar – e, quem sabe, fazer uma visita (Imagem: Raggedstone/Shutterstock)Estudos anteriores, com telescópios mais potentes, indicam que esse alcance pode chegar a mais de 60 mil anos-luz. Isso significa que nossa “visibilidade” cósmica é maior do que se imaginava.A pesquisa sugere que sinais não intencionais, como os usados em aviação e defesa, funcionam como marcadores universais de vida inteligente. Diante disso, a verdadeira questão agora é se há alguém para receber nossos sinais. E, caso exista, como interpretarão esse contato: com curiosidade, amizade ou hostilidade?A resposta permanece um mistério. Mas a Terra definitivamente já deixou sua marca no cosmos.Leia mais:OVNIs no Brasil: pilhas de documentos estão a poucos cliques de distânciaExtraterrestres existem? 5 teorias científicas tentam provar que simComo a IA pode ajudar a encontrar extraterrestres?Vídeo mostra visitante interestelar passando pelo Sistema SolarUm novo objeto interestelar, o cometa C/2025 N1 (ATLAS), foi detectado atravessando o Sistema Solar. Ele é o terceiro visitante desse tipo já registrado, por isso também recebeu a designação 3I/ATLAS.Cometa C/2025 N1 (ATLAS), o terceiro objeto interestelar já detectado no Sistema Solar (Imagem: Cristóvão Jacques/Observatório SONEAR)As imagens mais nítidas do cometa foram feitas pelo Very Large Telescope (VLT), no Chile. Segundo o Observatório Europeu do Sul (ESO), essas imagens representam o registro mais profundo já feito de um objeto vindo de fora do Sistema Solar.O cometa foi descoberto em 1º de julho de 2025 por um telescópio do projeto ATLAS, também localizado no Chile e financiado pela NASA. Na ocasião, ele estava a cerca de 670 milhões de km do Sol.Sua órbita altamente alongada e aberta confirmou sua origem interestelar. Atualmente, ele se encontra dentro da órbita de Júpiter. Mas numa posição oposta ao Sol, afastado da influência gravitacional direta do planeta.Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.O post Mandar ou não mandar mensagens para ETs? Esse trem já partiu, diz estudo apareceu primeiro em Olhar Digital.