Israel realizou seus primeiros ataques contra os Houthis no Iêmen desde o cessar-fogo com o Irã, no mês passado. A ofensiva atingiu portos e uma usina de energia por volta da meia-noite, no horário local, de domingo (6) e na manhã desta segunda-feira (7).A ação foi tomada após pelo menos três mísseis balísticos houthis terem sido lançados contra Israel, de acordo com as FDI (Forças de Defesa de Israel), incluindo um que foi interceptado no sábado (5).Os Houthis, um grupo rebelde apoiado pelo Irã, também reivindicaram a responsabilidade por um ataque ao graneleiro Magic Seas, no Mar Vermelho, no domingo, o primeiro do tipo em meses. Leia Mais: Presidente do Irã acusa Israel de tentar assassiná-lo Ninguém vai pedir para Irã mudar de posição sobre Gaza, diz Lula Lula critica guerra em Gaza: “Só se mata inocente, mulheres e crianças” Israel atacou os portos de Hodeida, Ras Isa, Salif e a usina de Ras Kanatib, no Mar Vermelho. As FDI também atacaram o Galaxy Leader, um navio cargueiro capturado pelos houthis em novembro de 2023.“As forças houthis instalaram um sistema de radar no navio e o têm usado para rastrear embarcações na arena marítima internacional para facilitar futuras atividades terroristas”, alegaram os militares.Pouco antes da onda de ataques, o porta-voz árabe das FDI, Avichay Adraee, emitiu um alerta de desocupação para os portos e a usina.O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou que os ataques faziam parte da nova Operação Bandeira Negra.“Os Houthis continuarão a pagar um alto preço por suas ações”, afirmou o ministro nas redes sociais, prometendo que mais ataques ocorreriam se os Houthis continuassem a lançar drones e mísseis balísticos contra Israel.Os Houthis confirmaram os ataques, mas disseram que “as defesas aéreas iemenitas confrontaram efetivamente a agressão israelense” usando “uma grande barragem de mísseis terra-ar fabricados localmente”.Não houve relatos imediatos de vítimas.Conflito entre Houthis e IsraelMohammed Al Farah, integrante do gabinete político houthi, afirmou que atacar portos, usinas de energia e outras “instalações civis” iemenitas é uma tentativa de prejudicar civis e não tem conexão com nenhuma atividade militar, de acordo com o canal de TV Al-Masirah, administrado pelo grupo rebelde.Desde o início da guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, Israel tem sido atacado com mísseis e foguetes pelo Hezbollah, do Líbano, e pelos Houthis, do Iêmen, que alegam realizar as ofensivas em solidariedade aos palestinos.No domingo, os Houthis atacaram o navio Magic Seas, pontuando que seu proprietário havia usado portos israelenses.Os rebeldes informaram que atacaram a embarcação com barcos não tripulados, mísseis e drones, e que ela já havia afundado. Eles alertaram que atacarão navios que utilizam portos em Israel, que descrevem como “Palestina ocupada”.A operadora do navio, Stem Shipping, disse à Reuters que o Magic Seas já havia feito escalas em Israel no passado, mas que essa passagem pela região parecia de baixo risco, pois não tinha relação com o país.A tripulação de 19 pessoas do Magic Seas deixou o navio no domingo e foi transferida em outra embarcação para Djibuti.Em maio, os Houthis concordaram em interromper os ataques a navios de guerra dos Estados Unidos no Mar Vermelho, após mais de um mês de ataques aéreos americanos contra seus redutos e infraestrutura de mísseis.No entanto, não se comprometeram a encerrar os ataques a outros navios com suspeitas de ligações com Israel e continuou disparando mísseis balísticos contra Israel em apoio à população palestina em Gaza.