Havaí adota Taxa Verde para financiar ações climáticas

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O Havaí acaba de entrar para a história ao se tornar o primeiro estado norte-americano a adotar uma taxa de impacto climático com o objetivo de financiar ações ambientais e fortalecer a resiliência diante das mudanças do clima. Sancionada oficialmente como Lei 96, a chamada “Taxa Verde” aumentará em 0,75% o imposto estadual sobre acomodações temporárias (TAT) a partir de 1º de janeiro de 2026. Com isso, a alíquota total do TAT subirá para 11%, aplicada a hospedagens em hoteis, alugueis de curto prazo e, pela primeira vez, em cabines de navios de cruzeiro.“Como um arquipélago, o Havaí não pode esperar pelo próximo desastre para agir”, afirmou o governador Josh Green. “Precisamos construir resiliência agora, e a Taxa Verde fornecerá o financiamento necessário para garantir que haja recursos disponíveis para o nosso futuro.”Para ilustrar o impacto prático da nova taxa, uma estadia de US$ 300 por noite em um hotel passará a custar US$ 2,25 a mais. Apesar de parecer um valor pequeno por diária, a expectativa é de arrecadar cerca de US$ 100 milhões por ano com a medida.Foto: Troy Squillaci | PexelsResposta direta aos desastres climáticosA decisão de implementar a taxa foi impulsionada, em parte, pelas experiências recentes do estado com eventos extremos, intensificados pela crise climática. Um exemplo marcante foram os incêndios florestais em Maui, em 2023, que deixaram mais de 100 mortos e destruíram residências, negócios e marcos culturais na cidade histórica de Lahaina.Após a tragédia, o governador convocou a Equipe Consultiva Climática (CAT) para desenvolver estratégias políticas de resposta às ameaças climáticas. Entre as principais recomendações do grupo estava a criação de uma fonte de financiamento estável e dedicada à mitigação e à preparação para desastres.“O projeto de lei da Taxa Verde marca um investimento histórico em resiliência a desastres climáticos e proteção ambiental”, disse Chris Benjamin, líder da CAT. “Utilizar essa taxa para financiar projetos de resiliência garante que o custo de proteger nossa ʻāina (terra) e nosso povo não recaia apenas sobre os residentes.” Leia também: 1.Dinamarca vai taxar emissões de CO2 da pecuária 2.França pode taxar roupas de fast fashion para frear impacto da indústria Passageiros de cruzeiro passam a contribuirUma novidade importante trazida pela Lei 96 é a inclusão dos passageiros de navios de cruzeiro, que antes estavam isentos da TAT. A medida busca promover maior equidade entre os diferentes segmentos do turismo, ampliando a base de arrecadação.Os projetos que serão financiados pela Taxa Verde serão definidos na próxima sessão legislativa. Entre as prioridades estão: iniciativas de resiliência climática e gestão de riscos, programas de turismo sustentável e ações de restauração ambiental. Leia também: 1.“Taxação” de energia solar passa a valer em janeiro 2.Dinamarca faz acordo histórico para taxar carbono das empresas O Havaí se junta agora a um grupo cada vez maior de destinos que adotam taxas turísticas ambientais como forma de responder às pressões ecológicas. Em 2023, Grécia, Bali e as Ilhas Galápagos também implementaram ou reforçaram taxas com foco em conservação e sustentabilidade.Especialistas ressaltam que o sucesso dessas taxas depende, sobretudo, de uma boa execução. Em alguns casos, como a taxa de entrada em Veneza, o impacto sobre o número de visitantes foi nulo. Já em outros contextos, os fundos gerados foram aplicados com eficácia em ações ambientais relevantes.Para o Havaí, a aposta é que a Taxa Verde vá além do financiamento de infraestrutura e ajude a promover um turismo mais consciente. “Trata-se de garantir que os visitantes nos ajudem a proteger o que torna o Havaí tão especial”, concluiu o governador Green. “Nosso meio ambiente é nossa economia.”The post Havaí adota Taxa Verde para financiar ações climáticas appeared first on CicloVivo.