O dólar operava em alta nesta sexta-feira (11/7), em um dia no qual os investidores monitoram as reações, no Brasil e no mundo, ao novo tarifaço comercial imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a diversos países.DólarÀs 9h19, a moeda norte-americana avançava 0,38% e era negociada a R$ 5,564.Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,72%, cotado a R$ 5,543.Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 2% em julho e perdas de 10,3% em 2025 frente ao real.IbovespaAs negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.No dia anterior, o indicador terminou o pregão em queda de 0,54%, aos 137,7 mil pontos.Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula perdas de 1,52% no mês e ganhos de 13,68% no ano.Trump anuncia tarifas sobre o Canadá e mira UEDonald Trump anunciou nessa quinta-feira (10/7) uma tarifa de 35% sobre os produtos do Canadá. A decisão foi anunciada por meio da rede social Truth Social.Em carta endereçada ao primeiro-ministro canadense, Mark Carney, o líder norte-americano justificou a taxação como uma retaliação à suposta facilitação do país à entrada de drogas nos EUA. Assim como a tarifa de 50% imposta ao Brasil, a taxa do Canadá passará a valer a partir do dia 1º de agosto.O argumento contra os produtos canadenses já havia sido utilizado por ele em janeiro, quando ele determinou tarifas de 25% sobre as importações vindas do Canadá.De acordo com Trump, caso o governo canadense decida retaliar a decisão por meio do aumento de tarifas contra os EUA, a taxa imposta ao Canadá será elevada novamente com o acréscimo de Ottawa. Essa mesma ameaça foi feita pelo republicano ao Brasil na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Leia também Mundo Após tarifaço ao Canadá, Trump ameaça impor sanções à União Europeia Mundo Jornal francês após Trump taxar o Brasil: “Mafioso internacional” Igor Gadelha Assessores de Lula apostam em recuo de Trump e pregam cautela Brasil Tarifas de Trump: veja as armas que governo Lula prepara para retaliação Como em todas as cartas enviadas a mais de 20 países desde segunda-feira, o presidente norte-americano especificou que as novas tarifas alfandegárias serão adicionais às impostas a setores específicos, como o aço, o alumínio ou automóveis. Essas são algumas das principais exportações do Canadá para os EUA, o maior parceiro comercial de Ottawa.Na noite passada, Trump também anunciou, em entrevista por telefone à rede NBC, que planejava enviar uma carta semelhante à União Europeia (UE) “hoje ou amanhã”.“Estou conversando com a UE que, como vocês sabem, abrange vários países, e também com o Canadá. Devemos enviar [as cartas] nas próximas horas”, disse Trump.Reação de LulaO mercado financeiro também repercute nesta sexta-feira a reação do governo Lula ao tarifaço de 50% imposto por Trump sobre todos os produtos brasileiros.Na noite passada, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Lula disse que, caso não haja solução diante da tarifa de 50% imposta pelo governo dos EUA aos produtos brasileiros, o Brasil utilizará a Lei da Reciprocidade Econômica e adotará tarifa recíproca a partir de 1º de agosto.Lula destacou, ainda, que vai organizar uma comissão juntamente com empresários para que se tente negociar a taxa imposta por Donald Trump. No entanto, advertiu que, caso isso não funcione, vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e, em último caso, vai retaliar as taxas impostas pelos EUA. Lula aventou, também, a possibilidade de buscar novos mercados.“Essa é a hora da gente mostrar que o Brasil quer ser respeitado no mundo. O Brasil é um país que não tem contencioso com nenhum país do mundo e que, portanto, a gente não aceita desaforamento contra o Brasil”, afirmou.Serviços no BrasilNo cenário doméstico, o principal destaque da agenda desta sexta-feira é a divulgação dos dados do setor de serviços referentes a maio deste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Segundo o IBGE, o volume de serviços no Brasil subiu 0,1% em relação a abril, na série com ajuste sazonal. Com isso, o setor se situa 17,5% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e se iguala ao ponto mais alto da série histórica (outubro de 2024).Na série sem ajuste sazonal, em relação a maio de 2024, o volume de serviços avançou 3,6%, sua 14ª taxa positiva consecutiva. O acumulado no ano foi de 2,5%, e o acumulado em 12 meses em maio de 2025 (3%) acelerou o ritmo de crescimento diante do resultado de abril (2,7%).