JPMorgan reduz preço-alvo da Suzano, mas mantém preferência por SUZB3 no setor

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Em meio a mudanças significativas no mercado de celulose em 2025 — marcadas pelos efeitos do Liberation Day e pelo consequente excesso de oferta que pressionou os preços —, o JPMorgan reiterou sua preferência por empresas brasileiras no setor. A Suzano (SUZB3) segue como principal escolha do banco.Após revisar suas estimativas e ajustar a curva de preços da celulose, o JPMorgan reduziu o preço-alvo da Suzano de R$ 84,00 para R$ 71,50 por ação, refletindo o novo cenário de preços mais baixos. Apesar disso, o banco ainda vê a ação como atrativa, negociada a 5,9 vezes Valor da Firma (EV)/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para 2025 e 5,3 vezes para 2026, com potencial de valorização (upside) de 38% frente à cotação atual.Leia tambémPessimismo continua para ações do Banco do Brasil (BBAS3): XP e JPMorgan citam razõesXP vê que a qualidade do crédito piorou ainda mais; em reunião com investidores, JPMorgan vê consenso de maior cautela para o banco estatal, com ciclo de piora do agronegócioXP vê resiliência operacional e destaca preferência por Iguatemi entre shoppingsSetor deve apresentar forte resiliência operacional em 2025, apoiado por um ambiente de consumo aquecido no curto prazo e pela melhora nas projeções de crescimentoA Klabin (KLBN11) aparece como segunda preferência, com preço-alvo revisado de R$ 27,00 para R$ 26,00 por ação. Menos sensível à celulose por conta do modelo de negócios diversificado, a empresa oferece upside de 33%, segundo o banco.Entre as chilenas, a COPEC teve o preço-alvo ajustado de CLP 7.100 para CLP 7.200, favorecida pela exposição à celulose de fibra longa e pela diversificação de portfólio. Já o da CMPC foi reduzido de CLP 1.550 para CLP 1.450 por ação.CenárioO banco lembra que o ano começou com expectativas de alta nos preços, mas, após abril, o cenário mudou drasticamente. A combinação de incertezas, gestão estratégica de estoques e excesso de oferta levou a uma queda expressiva nos preços da celulose, que recuaram quase US$ 100 por tonelada, atingindo US$ 504/t na última semana — sem sinais de recuperação no curto prazo.Embora o patamar de US$ 500/t seja considerado insustentável no longo prazo, atualmente faltam catalisadores para uma retomada aos US$ 600/t. Por outro lado, também há fatores limitando quedas adicionais. Tendências sazonais e recomposição de estoques no fim do ano devem sustentar uma melhora de preços, com projeções apontando para US$ 560/t ao fim de 2025. A curva de preços foi, portanto, revisada: a média projetada é de US$ 510/t no 3T25 e US$ 560/t no 4T25 (antes, US$ 575/t e US$ 580/t).Apesar do JPMorgan ainda ver 2026 como um período favorável para os preços, conversas com empresas e especialistas, além da observação de compras por produtores integrados chineses, sugerem que o suporte global de custos agora está em torno de US$ 500/t. O mercado global de celulose de fibra curta soma cerca de 87 milhões de toneladas/ano, com 46 milhões integradas e o restante comercializado no mercado spot.Se o preço da celulose no mercado à vista cair abaixo dos custos de produção dos players integrados, esses tendem a reduzir sua produção própria. Hoje, a média de custo na China está entre US$ 450–500/t, mas ainda há demanda integrada a US$ 500/t, o que sugere um custo marginal de US$ 500–525/t (ante US$ 575/t estimado anteriormente).Além disso, cresce o interesse dos chineses pela integração vertical. Com cerca de 35% da demanda chinesa por celulose de fibra curta ainda não integrada, os fabricantes enfrentam volatilidade de custos, comprando celulose a preços superiores aos seus próprios custos de produção. O foco não está apenas no retorno da fábrica de celulose, mas no retorno adicional obtido com a capacidade de papel e papelão.A nova estimativa média de preço da celulose para 2026 foi ajustada de US$ 625/t para US$ 583/t.The post JPMorgan reduz preço-alvo da Suzano, mas mantém preferência por SUZB3 no setor appeared first on InfoMoney.