Adolescente é brutalmente assassinado após reagir a ataque homofóbico em Manaus

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Um crime com indícios de motivação homofóbica chocou moradores da Zona Leste de Manaus na noite da última sexta-feira (5). Fernando Vilaça, de 17 anos, foi brutalmente espancado após reagir a uma piada homofóbica feita por um grupo de jovens na Rua Nova, no bairro Grande Vitória. O adolescente morreu no dia seguinte, no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, em decorrência de traumatismo craniano severo.Segundo testemunhas, Fernando questionou um dos agressores ao ser chamado de “viado”. A simples tentativa de se defender teria provocado a fúria do grupo, que o derrubou e passou a agredi-lo com socos, chutes e golpes na cabeça. Estima-se que pelo menos cinco jovens participaram da violência.A Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI) conduz as investigações. O delegado Rafael Guevara informou que os autores já foram identificados e que três adolescentes envolvidos no crime foram apreendidos até o momento.A morte do estudante causou comoção na vizinhança. Familiares, amigos e moradores organizaram uma homenagem em frente à casa onde ele vivia. “Ele era um menino calado, estudioso. Morreu por não aceitar ser humilhado”, lamentou uma vizinha, em lágrimas.Organizações de direitos humanos exigem que o crime seja enquadrado como homicídio qualificado por motivação discriminatória. A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) acionou o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) para acompanhar a investigação sobre o caso de homofobia contra o adolescente.“Estou requerendo, ao Ministério dos Direitos Humanos, o acompanhamento da investigação da morte do menino Fernando Vilaça, assassinado aos 17 anos em um crime de motivação homofóbica em Manaus“, declarou a deputada. “É dilacerante pensar que uma pessoa, que tinha a vida toda pela frente, teve sua trajetória interrompida por questionar o porquê de estarem lhe chamando de ‘viadinho’”, disse a parlamentar.Na publicação, Erika Hilton também afirmou que é “revoltante saber que pessoas a mando dos agressores – que já foram identificados e estão foragidos – compareceram ao velório de Fernando para filmar o caixão”. A deputada colocou o seu “mandato à disposição” dos familiares da vítima. “Aos familiares de Fernando, dedico os meus mais sinceros pêsames e coloco o meu mandato à disposição para tudo que nos for possível“, escreveu.A publicação de Erika Hilton ocorreu após a parlamentar ser mencionada por internautas para se posicionar sobre o caso. “É inaceitável um jovem sair para comprar leite e, pela homofobia alheia, não voltar pra casa. É dilacerante pensar que uma pessoa, que tinha a vida toda pela frente, teve sua trajetória interrompida por questionar o porquê de estarem lhe chamando de viadinho“, seguiu a deputada.