Uma pesquisa do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus apontou que o mês de junho de 2025 foi o terceiro mais quente do mundo, e o quinto mais quente de toda a Europa.Na região da Europa Ocidental, onde países como França e Espanha enfrentam fortes ondas de calor, o mês foi o mais quente já registrado neste ano, com uma temperatura média de 20,49 °C.Em um relatório publicado nesta quarta-feira (9), o instituto afirma ter observado “anomalias” e “extremos” na temperatura do ar na superfície entre 17 de junho e 5 de julho, que foram 1,10 °C mais quentes do que a temperatura média entre 1991 e 2020, comumente usada como referência. Banhistas mergulham no rio Sena após reabertura para nado Famoso ponto turístico de Atenas fecha em meio ao calor intenso Onda de calor na Europa deixa oito mortos e causa recordes de temperatura Freya Vamborg, cientista climática da Copernicus, disse à agência de notícias Reuters que foram observadas duas ondas de calor durante a segunda quinzena de junho, ambas com início na Península Ibérica e que se espalharam para nordeste, pela França, Reino Unido, Alemanha e outras regiões do sul.Além disso, a temperatura da superfície do mar na parte ocidental do Mediterrâneo continuou aumentando ao longo do mês, o que levou a um crescimento do estresse térmico.No entanto, o relatório também afirma que, globalmente, junho de 2025 foi 0,20 °C mais frio do que o recorde de junho de 2024 e 0,06 °C mais frio do que junho de 2023.Também foi somente 1,3 grau acima das temperaturas pré-industriais, enquanto antes já haviam sido registradas temperaturas de 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais (1850–1900).Vamborg explica por que outros anos podem ter sido mais quentes: “Portanto, mesmo estando nessa escala de aquecimento global e aumento da temperatura, além disso, sempre temos variações, e algumas delas se devem, por exemplo, ao fenômeno ENSO.”O chamado fenômeno “El Niño Oscilação Sul” (ENSO) é um padrão climático recorrente que consiste na mudança da temperatura da água no Oceano Pacífico tropical oriental, levando a uma mudança na circulação atmosférica global e, portanto, nos padrões climáticos.“Em 2023–24, houve um forte El Niño, que normalmente eleva as temperaturas acima desse patamar, sempre crescente”, explicou a cientista. O Copernicus faz parte do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), que trabalha em nome da Comissão Europeia com financiamento da União Europeia.Segundo o ECMWF, as ondas de calor provavelmente se tornarão mais frequentes, mais intensas e afetarão mais pessoas em toda a Europa.