Ao final da semana passada, o principal indicador do mercado de FIIs, o IFIX, alcançou uma nova máxima histórica: 3.495,42 pontos. Ainda assim, a Genial Investimentos avalia que o momento é “bastante oportuno para alocações em fundos imobiliários”.Segundo a casa, o avanço do índice foi impulsionado, principalmente, pelo reinvestimento dos dividendos pagos pelos FIIs que o compõem — característica prevista na metodologia e que contribui diretamente para sua valorização.Para entender melhor esse movimento, o banco simulou o desempenho do IFIX desconsiderando esse reinvestimento de proventos.Com isso, ao ajustar as cotações dos fundos pelos rendimentos distribuídos, foi possível observar em que patamar o indicador estaria sem esse efeito:Imagem: divulgaçãoO resultado mostra que o ‘IFIX ajustado’ ainda está bem abaixo da máxima histórica. Ele chegou, inclusive, à sua mínima no fim do ano passado, em meio à reação negativa do mercado ao anúncio do chamado pacote de gastos do governo federal.“O fato de o indicador ajustado estar bem abaixo de sua máxima não nos surpreende, dado o atual patamar elevado dos juros, que naturalmente pressiona os FIIs. No entanto, em um primeiro momento, o que nos chamou atenção foi o índice relativo ter recuado abaixo do seu nível inicial”, pontuaram os analistas da Genial.MGLU3, BHIA3 e ASAI3 — Vendas no varejo desaceleram em maio: risco para as ações do setor? Confira a análise completa no Giro do Mercado desta terça-feira (8): Na avaliação do banco, o desempenho do ‘indicador ajustado’ reforça a relação inversamente proporcional com a Selic: juros mais altos pressionam os preços das cotas, mas também elevam os dividendos pagos pelos fundos — o que sustenta a valorização do ‘IFIX desajustado’.Já em ciclos de afrouxamento monetário, ambos os índices tendem a ser beneficiados. O ajustado, por exemplo, alcançou sua melhor performance pouco antes da pandemia de Covid-19, em 2020, quando o movimento de cortes da taxa básica de juros ganhava força:Imagem: reproduçãoApesar de as projeções atuais indicarem que os cortes na Selic devem ocorrer apenas a partir de 2026, a Genial acredita que o momento é favorável para alocações no setor.A casa relembra que, em 2016, o IFIX iniciou sua trajetória de alta cerca de 10 meses antes do início efetivo da flexibilização monetária.Além disso, na visão do banco, uma eventual mudança de governo nas eleições de 2026, com viés mais “fiscalmente responsável”, poderia acelerar os cortes nos juros e destravar ainda mais valor para os fundos imobiliários no médio prazo.