A colunista do Estadão, Maria Carolina Gontijo — conhecida como Duquesa de Tax — afirmou que a Zona Franca de Manaus se tornou uma desculpa para adiar discussões sérias sobre o real desenvolvimento da Amazônia.Segundo a colunista, o modelo da Zona Franca, criado na década de 1960 como política de desenvolvimento regional, hoje funciona como um “oásis fiscal cercado por floresta, logística cara e um lobby fortíssimo”. As declarações foram feitas durante o programa Não Vou Passar Raiva Sozinha, no qual ela analisou os principais incentivos fiscais concedidos no Brasil e seus impactos.Embora reconheça que o polo industrial gera empregos, ela questiona os custos envolvidos. “Gera emprego? Gera, mas a que custo?”, indagou.A fala ocorre no contexto da recente declaração do presidente Lula, que afirmou que o país concede R$ 860 bilhões em isenções fiscais, grande parte delas voltadas, segundo ele, para os mais ricos. A colunista rebateu o discurso ao mostrar que o maior volume de renúncia fiscal está no programa Simples Nacional, voltado para micro e pequenas empresas, com R$ 128 bilhões. Já a Zona Franca de Manaus aparece como o único caso que se aproxima da crítica presidencial, com R$ 26 bilhões em benefícios.Entre os produtos fabricados com isenção de IPI na capital amazonense estão ventiladores, micro-ondas, ar-condicionado e refrigerantes — todos longe dos grandes centros consumidores. Para Gontijo, o modelo se mantém graças à blindagem política, sem abrir espaço para soluções mais sustentáveis e integradas à realidade amazônica. “A gente finge que é uma política industrial, quando, na prática, é um oásis fiscal que depende de proteção tributária para continuar existindo.”, afirmou a colunista.O vídeo completo com a análise da Duquesa de Tax pode ser assistido no site do Estadão, pelo link:https://www.estadao.com.br/tv/economia/quais-sao-os-cinco-principais-incentivos-fiscais-do-brasil-a-duquesa-de-tax-explica/Leia Mais:Governo do Amazonas investe em tecnologia garantindo mais eficiência nos serviços à populaçãoPlano federal inclui BR-319, mas obra travada mostra contradição