Há 13 anos a Paraíba perdia Ronaldo Cunha Lima o poeta do povo

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Há 13 anos, no dia 7 de julho de 2012, a Paraíba perdia uma de suas figuras mais emblemáticas: Ronaldo Cunha Lima. Advogado, poeta e político de vocação natural, Ronaldo deixou um legado que ultrapassa mandatos e siglas, permanecendo vivo na memória coletiva do povo paraibano — especialmente de Campina Grande, cidade que ajudou a moldar cultural e administrativamente.Do sertão à tribunaNatural de Guarabira, Ronaldo nasceu em 18 de março de 1936. Órfão de pai ainda jovem, precisou trabalhar desde cedo para custear seus estudos. Foi vendedor de jornais, garçom, escrivão, até formar-se em Direito pela Universidade Federal da Paraíba. A paixão pelas letras e pela política se revelaria simultaneamente, já nos tempos de estudante.Iniciou a vida pública como vereador de Campina Grande (1961–1963), foi deputado estadual por dois mandatos e, em 1968, eleito prefeito da cidade. No entanto, seu primeiro mandato foi abruptamente interrompido pela ditadura militar, que o cassou apenas 43 dias após sua posse. Após anos no ostracismo político, foi anistiado e reconduzido à prefeitura pelo voto popular em 1982.Visionário: criador do Parque do Povo e do São João de todos os temposFoi nesse segundo mandato como prefeito (1983–1988) que Ronaldo imprimiu uma marca que mudou para sempre a identidade de Campina Grande: a fundação do Parque do Povo. Pensado como um espaço para reunir o povo em celebrações culturais, o local tornou-se o coração do São João da cidade.Com sensibilidade poética e visão administrativa, Ronaldo entendeu que o forró, a cultura nordestina e o sentimento popular poderiam se transformar em um evento grandioso — e assim nasceu o embrião do que hoje é conhecido como O Maior São João do Mundo. A festa junina, que antes era dispersa, ganhou centralidade, identidade e projeção internacional graças à sua iniciativa.Mandatos e contribuições políticasAlém de prefeito, Ronaldo foi governador da Paraíba (1991–1994), senador da República (1995–2002) e deputado federal (2003–2007), sempre reconhecido por sua eloquência e habilidade no debate. Em qualquer tribuna onde subia, a oratória vinha acompanhada de poesia, emoção e lirismo — características que o distinguiram na política nacional.Poeta da política, político da poesiaRonaldo Cunha Lima publicou mais de 30 livros, entre poemas, discursos e reflexões. Obras como Poemas de sala e quarto, A Missa em Versos e Velas Enfunadas são testemunhos de sua alma sensível, tão envolvida com as letras quanto com o povo. Foi membro da Academia Paraibana de Letras e da Academia Campinense de Letras, onde sua presença sempre foi motivo de celebração e respeito.Legado imortalSeu nome hoje batiza importantes equipamentos públicos, como o Centro de Convenções Poeta Ronaldo Cunha Lima e o Ginásio Ronaldão, em João Pessoa. Mas seu verdadeiro legado vai além das placas e homenagens: vive no São João de Campina Grande, na poesia que ainda emociona, e na trajetória política de seus descendentes — entre eles o filho, Cássio Cunha Lima, e o neto, Pedro Cunha Lima.Ronaldo faleceu em sua casa, em João Pessoa, em 7 de julho de 2012, após lutar contra um câncer no pulmão. Seu velório, acompanhado por mais de 20 mil pessoas em Campina Grande, mostrou o quanto era querido e respeitado por gente de todas as idades e espectros políticos.Treze anos depois, sua ausência ainda é sentida, mas sua presença continua viva no coração do povo paraibano. Ronaldo Cunha Lima foi, acima de tudo, um homem apaixonado — pela política, pela poesia e pela Paraíba.O post Há 13 anos a Paraíba perdia Ronaldo Cunha Lima o poeta do povo apareceu primeiro em Vitrine do Cariri.