O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, rejeitou o pedido e decidiu manter preso o general Mário Fernandes, apontado como um dos integrantes do grupo conhecido como “kids pretos”. O militar está detido desde novembro do ano passado.Moraes destacou que a prisão do general decorre de sua participação em um “contexto criminoso”, utilizando sua alta patente para “influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação, por meio do endosso de ações e medidas voltadas à consumação do golpe de Estado”. Leia também Brasil General acusado de planejar morte de Lula pede liberdade a Moraes Igor Gadelha Em acareação, Cid evita encarar Braga Netto e é rebatido pelo general Andreza Matais Favela do Moinho é “quartel-general” do PCC no Centro de SP, diz Gaeco Brasil STF: general pede acareação com Anderson Torres por videoconferência Fernandes atuou na Secretaria-Geral da Presidência da República durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e figura como réu na ação penal que tramita na Suprema Corte. Diante disso, Moraes determinou a manutenção da prisão.Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o general também fazia parte de uma organização que teria planejado o assassinato do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do próprio ministro, em dezembro de 2022. De acordo com a Polícia Federal, ele teria impresso o plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, dentro do Palácio do Planalto.4 imagensFechar modal.1 de 4General Mario Fernandes deixou fotos na nuvemPolícia Federal2 de 4Mário Fernandes, general da reserva preso por suposto golpe de EstadoReprodução3 de 4O general Mário FernandesReprodução4 de 4Mário Fernandes foi secretário adjunto da Secretaria-Geral da Presidência no governo BolsonaroReproduçãoRéusMário Fernandes integra o núcleo 2 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os depoimentos das testemunhas de acusação e defesa dos réus estão marcados para ocorrer no STF entre 14 e 21 de julho.Além dele, são réus do núcleo 2 o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques; e o ex-assessor especial de Bolsonaro Filipe Martins; entre outros.Conforme o cronograma definido por Moraes, as audiências começarão com os depoimentos das testemunhas de acusação, seguidos pelas testemunhas de defesa.Núcleo 2Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na gestão de Bolsonaro;Fernando de Sousa Oliveira – ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do DF;Filipe Garcia Martins Pereira – ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência;Marcelo Costa Câmara – coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro;Marília Ferreira de Alencar – delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Segurança Pública do Distrito Federal; eMário Fernandes – general da reserva do Exército e “kid preto”.Os depoimentos serão conduzidos por juízes-auxiliares do gabinete de Moraes, como é padrão nas ações penais do STF, e ocorrerão por videoconferência. As defesas dos réus e os representantes da PGR terão direito de acompanhar e fazer questionamentos.Antes arrolados como testemunhas, Carlos e Eduardo Bolsonaro não prestarão depoimento. Segundo Moraes, ambos são investigados em inquéritos que tramitam na Corte e têm relação com a apuração sobre a tentativa de golpe de Estado, da qual Bolsonaro, pai deles, é réu.Carlos foi indiciado pela Polícia Federal (PF) no caso da chamada “Abin paralela”, enquanto Eduardo é investigado por crimes de coação, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O deputado licenciado está nos Estados Unidos, sob a alegação de que é alvo de perseguição política por parte do STF.