O presidente da APS (Autoridade Portuária de Santos), Anderson Pomini, afirmou em entrevista ao CNN Money nesta quinta-feira (10) que a taxação dos Estados Unidos de 50% sobre os produtos brasileiros vai prejudicar mais os consumidores americanos.“Em um cálculo rápido que fizemos, os consumidores americanos que serão prejudicados. Por exemplo, a cada dez copos de suco de laranja consumidos no mundo, nove são produzidos no Brasil e passam pelo Porto de Santos. Isso quer dizer que se um copo de suco de laranja for vendido a R$ 1,00, nós teremos 50% de sobretaxa”, declarou.“A pergunta é: o consumidor americano estaria disposto a pagar, já que não existem outros fornecedores, principalmente para esse tipo de produto [suco de laranja]? Isso acontece também com o café, a soja”, acrescentou. Leia Mais Tarifas dos EUA podem cortar crescimento do PIB em 0,5 ponto, diz XP Se Brasil retaliar com tarifas, impacto no PIB pode ser pior Setor de proteína animal defende "rápida solução" para tarifas dos EUA Pomini ressaltou que não há argumento econômico que justifique o tarifaço de Donald Trump sobre os produtos brasileiros, pois os norte-americanos são historicamente superavitários em relação ao Brasil.“Esse argumento de que o Brasil não é um bom parceiro comercial não é verdadeiro. Se considerarmos os últimos 15 anos, os americanos mais vendem para o Brasil que ao contrário. Eles têm um superávit de R$ 90 bilhões”.Além disso, o presidente da APS disse que também haverá consequências para o Porto de Santos com a expectativa de menos exportações aos Estados Unidos.“É claro que estamos atentos, porque qualquer tarifa poderá gerar uma redução nas exportações, e sua vez poderá impactar na geração de empregos, principalmente na área em que somos mais fortes, os mais fortes do mundo na área de commodities”, pontuou.“Estamos atentos e calculando esse impacto, com a expectativa que o presidente Lula e o ministro Haddad encontrarão um formato para o bom diálogo com o governo americano”, concluiu.