A seccional paulista da Ordem de Advogados do Brasil (OAB) publicou, nesta quinta-feira (10/7), uma nota de denúncia ao uso abusivo da força policial no estado de São Paulo. A denúncia após Guilherme Dias Santos Ferreira (foto em destaque), de 26 anos, ser morto por engano por um policial militar (PM), na noite da última sexta-feira (4/7), na Estrada Turística de Parelheiros, zona sul da capital.O jovem foi baleado na cabeça quando corria em direção a um ponto de ônibus para voltar para casa depois de um dia de trabalho. De acordo com boletim de ocorrência, um PM havia sofrido uma tentativa de assalto e atirou contra Guilherme, que foi confundido com um dos assaltantes.3 imagensFechar modal.1 de 3Guilherme Dias Santos Ferreira, 26 anos, foi morto pela PM após ser confundido com ladrãoReprodução/Globo2 de 3O PM diz ter reagido a uma tentativa de roubo e confundido o jovem com um dos assaltantesReprodução3 de 3Guilherme Dias Santos Ferreira, 26 anos, foi morto pela PM após ser confundido com ladrãoReprodução/GloboPara a OAB, a ação do policial foi “abusiva, desnecessária e guiada por um modelo de má-conduta que se repete”. A ordem ainda insistiu pela urgência em investimentos na formação e capacitação do efetivo policial.“Por falta de orientação, treinamento e controle institucional, o agente agiu como se pudesse resolver a situação à margem da lei, ignorando a legalidade e a justiça”, criticou a OAB.A instituição também lamentou o aumento da letalidade policial no atual governo, que afeta principalmente a população negra e de baixa renda.“É urgente adotar protocolos que priorizem o uso de instrumentos com menor potencial ofensivo, garantir o cumprimento da obrigatoriedade do uso de câmaras corporais, e investigar com agilidade e rigor os casos de má-conduta. O silêncio ensurdecedor da Secretaria de Segurança Pública (SSP) revela não apenas indiferença, mas uma preocupante cumplicidade”, completou.PM é preso, liberado sob fiança e afastadoO policial chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo (não intencional).No entanto, no mesmo dia, pagou, fiança estabelecida em R$ 6,5 mil, e responde ao processo em liberdade. Leia também São Paulo Vídeo: PM atirou contra suspeitos antes de matar jovem por engano São Paulo PM afasta policial que matou jovem por engano com tiro na cabeça em SP São Paulo Jovem morto pela PM por engano tinha acabado de sair do serviço. Veja São Paulo PM mata homem de 26 anos por engano após tentativa de assalto em SP Após a liberdade, a Polícia Militar decidiu afastar Fábio dos serviços operacionais.O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, e a Polícia Militar acompanha o inquérito.Vídeo mostra ação antes de jovem ser atingidoImagens de uma câmera de segurança mostram o PM Fabio Anderson Pereira de Almeida atirando contra dois suspeitos antes de matar por engano Guilherme Dias Santos Ferreira. A vítima havia acabado de sair do trabalho e estava correndo para pegar um ônibus para casa, quando foi atingido por um disparo na cabeça.De acordo com boletim de ocorrência obtido pelo Metrópoles, os motociclistas haviam anunciado um assalto contra Almeida, que reagiu com disparos.No vídeo, dois homens aparecem em uma motocicleta até que são vítimas de tiros do agente. Na sequência, os suspeitos deixam a moto e fogem a pé.Sem relação com a ocorrência, Guilherme aparece saindo do trabalho, minutos depois de bater o ponto, e atravessa a rua para pegar um ônibus, quando é possível ouvir o barulho de mais um tiro do policial.Ainda conforme a SSP, o policial teria confundido Guilherme, que trabalhava em uma fábrica de camas, com um dos assaltantes. Contudo, junto com o trabalhador, que foi morto com um tiro na cabeça, foram encontrados apenas objetos pessoais, sendo uma carteira, um celular, um livro e uma marmita.Vídeo mostra jovem saindo do trabalhoVídeos de câmeras de segurança mostram o momento exato em que o trabalhador de 26 anos bateu o ponto em seu trabalho, às 22h23, apenas alguns minutos antes de ser morto pelo policial militar.O caso segue sendo investigado pelo DHPP e a PM acompanha o inquérito. Os suspeitos não se feriram e ainda não foram identificados.