Ministro se pronuncia pela 1° vez após tirar poder de presidente do INSS

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O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), deu explicações nesta quinta-feira (10/7) sobre a portaria publicada na semana passada em que tirou poderes da nova gestão do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que havia recebido “carta-branca” do presidente Lula (PT).Wolney Queiroz foi questionado pela coluna se confia no novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e respondeu: “Integralmente”.“Eu confio integramente. Aliás, comecei dizendo aqui, fazendo uma referência ao trabalho do presidente Gilberto. É importante entender que o que fiz no início da minha gestão, ali no momento de efervescência de crise, foi uma delegação de competência. A competência é do ministro, eu fiz uma delegação de competência ampla, de pasta, e além do que ele (Gilberto Waller) próprio esperava”, explicou Wolney Queiroz, em coletiva de imprensa.6 imagensFechar modal.1 de 6Ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, durante depoimento no Senado sobre o escândalo do INSS VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto2 de 6Ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, durante depoimento no Senado sobre o escândalo do INSS VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto3 de 6Ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, durante depoimento no Senado sobre o escândalo do INSS VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto4 de 6Ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, durante depoimento no Senado sobre o escândalo do INSS VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto5 de 6Ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, durante depoimento no Senado sobre o escândalo do INSSVINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto6 de 6Ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, durante depoimento no Senado sobre o escândalo do INSS VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto“Agora, 60 dias depois [de estourar o escândalo do INSS], lá na previsão, nós temos um planejamento de uma parte delas ser trazida de volta para o gabinete do ministro”, completou.Conforme adiantou a coluna, a portaria publicada na última sexta-feira (4/7) por Wolney Queiroz retirou do presidente do INSS a competência para nomear os superintendentes regionais e o gerente-executivo da autarquia. Essas nomeações, agora, ficarão a cargo do próprio ministro da Previdência.Além disso, as indicações para os cargos de diretores do INSS também vão passar por autorização prévia de Wolney Queiroz.Historicamente, essas nomeações eram de competência do presidente do instituto. Logo no início da gestão Lula III, no entanto, o então ministro Carlos Lupi (PDT) passou a centralizar essas indicações dentro da autarquia.Nomeações de superintendentes do INSS não “questões mais sensíveis”, segundo ministroO ministro da Previdência explicou que a portaria que tirou poderes do presidente do INSS se trata de uma “medida normal de gestão” e que apenas “questões mais sensíveis”, como nomeações e indicações, ficam debaixo do seu guarda-chuva na Previdência.“Quando eu assumi o ministério, todo esse conjunto de ações era atribuição do gabinete do ministro, e 95% delas continuam delegadas, principalmente os contratos. A maior parte, todos os contratos que fizeram, assinados pelo ministro, todos eles passam pela alçada do presidente Gilberto, e continuam lá”, declarou o ministro da Previdência.“Apenas as questões mais sensíveis que indicam os presidentes, os diretores do INSS, os superintendentes, acho que isso tem que ter uma governança também do ministério. Afinal de contas, o ministério é, digamos, o guarda-chuva sobre o qual está incluído o INSS”.“Então, é uma medida normal de gestão que nós temos, de controle, é efetivamente necessário, mas nós temos, como está demonstrado aqui, uma combinação. Qualquer coisa, além disso, é uma ilação, enfim, tentativa de nos intrigar”, concluiu Wolney Queiroz, ao enfatizar que está afinado com Gilberto Waller.Presidente do INSS, Gilberto Waller JrO presidente do instituto, por sua vez, também pediu para se pronunciar e afirmou que não há qualquer conflito com o Ministério da Previdência e o alto escalão da pasta. “Esse recuo não quer dizer que as indicações, as conversas de mudanças não continuam dentro do INSS”.Desde a operação da PF, o INSS é presidido por Gilberto Waller Júnior, procurador federal da Advocacia-Geral a União (AGU). Ele recebeu “carta-branca” de Lula para fazer modificações no instituto e estancar a crise causada pelo escândalo dos descontos indevidos. O antigo presidente, Alessandro Stefanutto, foi alvo de mandados de busca e apreensão.Wolney Queiroz foi secretário-executivo de Carlos Lupi, demitido em razão da fraude nos benefícios previdenciários. Ambos são do mesmo partido, o PDT. Apesar das ligações, o novo ministro nega vínculos com o antigo gestor.Conforme revelou o Metrópoles, Wolney Queiroz já se reuniu com o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, dentro do ministério no início do governo Lula, em janeiro de 2023.Entenda a Fraude no INSSO escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.