Lideranças bolsonaristas traçaram estratégias para evitar serem culpadas pela tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, anunciada por Donald Trump na quarta-feira (9/7).Uma das estratégias é evitar comemorar publicamente a medida. O temor é de que eventuais comemorações reforcem o discurso de petistas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria o principal culpado pela tarifa.3 imagensFechar modal.1 de 3Presidente dos EUA, Donald TrumpAndrew Harnik/Getty Images2 de 3Presidente dos EUA, Donald Trump3 de 3Presidente dos EUA, Donald TrumpGoverno dos Estados UnidosCaciques do PT têm adotado esse discurso como reação política, após o próprio Trump citar Bolsonaro e decisões do STF contra empresas americanas para justificar a nova tarifa sobre produtos brasileiros.RESPEITA O BRASILA pedido da família Bolsonaro, Donald Trump anuncia a taxação de 50% em todos os produtos brasileiros, de forma autoritária e unilateral. O presidente norte-americano está confundindo a quem está se dirigindo. O Brasil não será quintal do país de ninguém. Quem…— Jaques Wagner (@jaqueswagner) July 9, 2025Bolsonaristas culpam Brics e MoraesOutra estratégia de bolsonaristas é atribuir a medida anunciada por Trump às decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes e aos Brics, bloco que reúne Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul.Em nota à imprensa na quarta-feira, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que a nova tarifa de 50% imposta pelo governo americano a empresas brasileiras deve ser chamada de “Tarifa Moraes”.“Recentemente, o presidente Trump, corretamente, entendeu que Alexandre de Moraes só pode agir com o respaldo de um establishment político, empresarial e institucional que compactua com sua escalada autoritária. O presidente americano entendeu que esse establishment também precisa arcar com o custo desta aventura. Por isso, a partir de 1º de agosto, empresas brasileiras que desejarem acessar o maior mercado consumidor do planeta estarão sujeitas ao que se pode chamar de ‘Tarifa-Moraes'”, disse.Já o advogado Fabio Wajngarten, que se mantém próximo do clã Bolsonaro mesmo após deixar a assessoria do ex-presidente, avaliou que a medida de Trump seria reflexo da recente cúpula do Brics no Rio de Janeiro.“Antes que digam que a direita celebra aumento de impostos, faz-se necessário esclarecer as razões que levaram a esse momento. O governo americano, de fato, viu com muito maus olhos o encontro do BRICS. O governo americano tradicionalmente valoriza seus parceiros comerciais históricos. O governo brasileiro, por conta de sua patética e risível chancelaria, teima em alinhar-se à países que tradicionalmente são inimigos ou no mínimo distantes dos EUA”, escreveu Wajngarten nas redes sociais.