O “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” de sábado (6) mostra, direto do Instituto Butantan, como o Brasil está prestes a inaugurar uma nova era no combate à dengue com a primeira vacina de dose única do mundo.O programa detalha os estudos, a aprovação regulatória, a eficácia do imunizante e o impacto esperado na saúde pública, além de reunir declarações exclusivas de especialistas envolvidos no projeto. Leia mais Nova vacina contra a dengue estará no SUS? Tire suas dúvidas Vacina da dengue de dose única: como funciona e quem pode tomar? Decisão judicial nega estabilidade para estagiária gestante; entenda a lei O Dr. Roberto Kalil conversou com Esper Kallás, infectologista e diretor do Instituto Butantan, e com Rosilane de Aquino, diretora de Regulatórios, Qualidade e PMO, que explicaram a trajetória do imunizante e potencial transformador.Esper Kallás destacou o caráter histórico da vacina e a importância científica do projeto. Segundo ele: “É um marco. É uma coisa que traz muito orgulho para a ciência brasileira, inovação e desenvolvimento do que é feito no país. São centenas de pessoas que participaram deste processo do começo dos anos 2000 até hoje para a gente conseguir trazer uma arma que pode ser extremamente importante no enfrentamento da dengue no Brasil e quem sabe em várias outras regiões do mundo”.Ele também afirmou que os trabalhos, iniciados em 2009, resultaram em um imunizante que deverá ser disponibilizado pelo SUS para pessoas entre 12 e 59 anos, com um milhão de doses já prontas.Kallás acrescentou: “A gente vai conseguir escalonar bastante o fornecimento ao Ministério da Saúde a partir do segundo semestre do ano que vem”.Rosilane de Aquino reforçou a importância do formato de dose única para ampliar a proteção da população. Ela afirmou: “O fato desta vacina ser de dose única é uma vitória que a gente tem que comemorar duplamente, porque a gente consegue com uma única ida ao posto de vacinação que a pessoa já saia protegida contra a doença. O reflexo no cenário epidemiológico, assim que a vacina estiver disponível, a gente acredita que vai ser grande”.Aprovada pela Anvisa: eficácia e segurançaA Anvisa aprovou, no fim de novembro, a Butantan-DV, resultado de uma parceria entre o Ministério da Saúde, o Instituto Butantan e o laboratório chinês Wu Xi. Os estudos de fase 3 mostraram que, no público de 12 a 59 anos:74,7% de eficácia geral;91,6% de eficácia contra dengue grave ou com sinais de alarme;100% de eficácia contra hospitalizações.Os resultados foram publicados em revistas científicas de alto impacto, como New England Journal of Medicine e The Lancet Infectious Diseases.O imunizante mostrou-se seguro e eficaz tanto em pessoas previamente infectadas quanto naquelas sem contato prévio com o vírus, além de oferecer proteção contra todos os quatro sorotipos da dengue.Como funciona a vacinaA Butantan-DV será aplicada em uma única dose, diferentemente dos demais imunizantes contra dengue existentes, que exigem duas ou três aplicações. Segundo o Ministério da Saúde, essa característica facilita adesão, logística e distribuição, aumentando a cobertura vacinal nacional.O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reforçou a importância do imunizante em entrevista à CNN:“É a primeira vacina brasileira para a dengue, de uma dose apenas, melhor do que as que possuímos hoje. Estudos também apontam proteção mais ampla do que as disponíveis no mercado.”Quem poderá tomar?Até o momento, a Anvisa aprovou a vacina para pessoas de 12 a 59 anos, mas o início da vacinação e a estratégia oficial ainda serão definidos pelo Ministério da Saúde.O Butantan já recebeu autorização para testar o imunizante em pessoas de 60 a 79 anos, e, se os resultados forem satisfatórios, essa faixa etária poderá ser incluída. Estudos adicionais também poderão permitir a ampliação para crianças de 2 a 11 anos no futuro.O “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista” vai ao ar no sábado, 06 de dezembro, às 19h30, na CNN Brasil.Dengue: vacina tem 67,5% de eficácia contra internação de adolescentes