A Polícia Civil de São Paulo confirmou, na noite desta terça-feira (30/9), a apreensão de 800 garrafas de bebidas alcoólicas contaminadas por metanol no estado durante fiscalizações realizadas na capital desde a segunda-feira (29/9). Os produtos foram encaminhados para análise no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica, enquanto os responsáveis pelos locais prestaram esclarecimentos na sede do departamento.Cinco mortes estão confirmadas e dois suspeitos também foram presos nas operações policiais. Pelo menos quatro estabelecimentos comerciais já foram fechados.8 imagensFechar modal.1 de 8Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles2 de 8Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles3 de 8Estabelecimento nos Jardins é interditado pelas autoridades sanitárias após caso de intoxicação de bebidas com metanolWilliam Cardoso/Metrópoles4 de 8Metanol na bebida: SP registrou nove casos e duas mortes em 25 diasGetty Images5 de 8Metanol: o que é substância em bebidas que matou duas pessoas em SPDivulgação/Biodiesel Brasil/Agência Brasil6 de 8Maestro João Carlos Martins disse ter ficado triste com fechamento de bar na região. Ele foi flagrado pela reportagem do Metrópoles nos Jardins, em SPWilliam Cardoso/Metrópoles7 de 8Metanol em bebida: após mortes, ministério faz alerta a hospitaisReprodução/Governo8 de 8Associação relaciona metanol usado em bebidas adulteradas ao PCCAdobe StockSegundo a instituição, a Divisão de Investigações sobre Infrações contra a Saúde Pública do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) apura quatro casos suspeitos de possível intoxicação por bebida adulterada com metanol na capital.As ocorrências são das áreas do 16º (Vila Clementino), 48º (Capão Redondo), 57º (Parque da Mooca) e 78º (Jardins) Distritos Policiais. Só nesta terça-feira (30/9) foram apreendidas 112 garrafas de vodca em diferentes pontos da capital, incluindo 17 na Mooca. Na Grande São Paulo e interior, outros quatro casos também são investigados: um registrado na região metropolitana, cujo consumo ocorreu em Itu, dois em São Bernardo do Campo e um em Itapecerica da Serra. Leia também São Paulo Intoxicação por metanol: polícia prende 2 e apreende 50 mil garrafas São Paulo Intoxicação por metanol: polícia identifica distribuidoras suspeitas São Paulo Intoxicação por metanol: Vigilância Sanitária fecha bar nos Jardins São Paulo Governo emite alerta sobre intoxicação por metanol. Veja sintomas Na Mogi das Cruzes, a Polícia Civil apreendeu 80 garrafas de bebidas alcoólicas diversas com indícios de adulteração e falsificação em uma adega. Os proprietários do local são investigados. Em Americana, uma ação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) resultou em duas pessoas detidas e mais de 17,7 mil bebidas apreendidas.Gabinete de criseUm gabinete de crise foi implementado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça. A medida foi determinada após uma reunião técnica, realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, para detalhar as medidas adotadas no combate à intoxicação por metanol e a investigação dos envolvidos.O governo afirmou que fará a interdição cautelar de estabelecimentos com suspeita de comercialização de bebidas fraudadas, mas não informou o número de interdições, nem quais serão os locais interditados.“É fundamental fazer esse fechamento cautelar de todos os estabelecimentos em que tivemos ocorrência para aprofundar a investigação. A preocupação é garantir a segurança do cidadão. O estabelecimento só vai ser liberado para voltar a funcionar se tivermos certeza que está seguro”, afirmou Tarcisio de Freitas.Até o momento, o governo confirma sete casos de intoxicação por metanol, com suspeita de consumo de bebida adulterada. Outros 15 casos seguem em investigação. Já foram registrados cinco mortes: uma na capital e quatro ainda em análise — três em São Paulo e um em São Bernardo do Campo. Quatro casos foram descartados.Suspeitos presosDois suspeitos foram presos, nesta terça-feira (30/9), durante as operações contra a intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas.Bebidas adulteradas e distribuidoras suspeitasAlém das garrafas de bebida com suspeita de adulteração recolhidas pelo governo de São Pauloo, outros 15 milhões de selos fraudados foram encontrados e apreendidos.Três departamentos da Polícia Civil participam das investigações e quatro distribuidoras já foram identificadas como suspeitas.A Secretaria da Segurança Pública (SSP) descarta, por ora, o envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas adulterações. A suspeita é de que as práticas sejam conduzidas por quadrilhas independentes, uma vez que nunca havia registro de uso de metanol na adulteração.Entre as linhas de investigação estão a hipótese de contaminação indireta, acidente no processo ou até o uso da substância para lavagem de garrafas reaproveitadas.A investigação agora concentram esforços em rastrear a origem das distribuidoras e os fluxos de pagamento. Os donos de estabelecimentos já prestaram esclarecimentos.AlertaA Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo emitiu, nesta terça-feira (30/9), um alerta aos profissionais de saúde sobre o risco de intoxicação por ingestão de metanol.O aviso foi realizado por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e do Centro de Vigilância Sanitária (CVS). A substância pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas ou adulteradas e, por ser altamente tóxica, leva à cegueira permanente e até ao óbito.O alerta divulgado aos serviços de saúde do estado reforça que os sinais e sintomas costumam aparecer entre 6 e 24 horas após a ingestão.Sintomas de intoxicação por metanolSonolênciaTonturaDor abdominalNáuseasVômitosConfusão mentalTaquicardiaVisão turvaFotofobiaConvulsõesAcidose metabólicaNos casos mais graves, pode haver cegueira irreversível, choque, pancreatite, insuficiência renal e comprometimento neurológico.Segundo a pasta, o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve ser avaliado imediatamente e realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica. O alerta emitido traz orientações técnicas sobre a conduta clínica a ser adotada nestes casos.