Senado quer votação ‘vapt vupt’ de projeto do IR, com Calheiros cotado para relatoria

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O Senado planeja uma votação acelerada, no estilo “vapt vupt”, para o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, aprovado na quarta-feira (1º) pela Câmara e que agora depende de aprovação dos senadores. Pessoas a par das discussões ouvidas pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) afirmam que a ideia é tentar levar o texto diretamente ao plenário do Senado, sem análise em comissões.O argumento é que projeto semelhante, capitaneado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), foi aprovado por unanimidade na semana passada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o que já serviria como um “aval informal” ao conteúdo.Uma das possibilidades seria aprovar um requerimento para pôr o projeto em regime de urgência, a fim de ir direto ao plenário. A ideia também é que o texto seja aprovado sem mudanças para evitar um retorno à Câmara – e dirimir a chance de novos desgastes entre as duas Casas.Na quarta-feira, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a bancada do PL no Senado tentará modificar as regras envolvendo as compensações. O projeto, no entanto, saiu ileso da votação da Câmara, o que abre a possibilidade para uma ação reduzida da oposição.RelatoriaRenan Calheiros é cotado para assumir a relatoria do projeto, e seu nome não contaria com óbices do governo. Pelo que apurou a reportagem, Renan tem interesse em assumir o posto, mas ainda não foi procurado. A tendência é que as conversas se deem com mais força a partir do fim desta quinta-feira (2), uma vez que o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), que é judeu, ainda está sem comunicação devido ao jejum de Yom Kippur.Pessoas a par das negociações afirmam, no entanto, que o nome do Renan poderia ser barrado caso houvesse um pedido explícito do deputado Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto na Câmara, ao governo e a Alcolumbre. Renan e Lira são adversários políticos em Alagoas e devem disputar as vagas do Senado em 2026.Enviado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em março deste ano, o projeto aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil.Ainda na Comissão Especial da Câmara que aprovou o projeto, no fim do primeiro semestre, Lira fez alterações significativas no texto, ampliando os descontos sobre rendas que superarem R$ 5 mil, até o limite de R$ 7.350, em uma espécie de transição. Contribuintes que tiverem rendimentos tributáveis superiores a R$ 7.350 não terão redução no imposto devido. Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp! WhatsApp Com compensação, para rendimentos superiores a R$ 600 mil por ano e inferiores a R$ 1,2 milhão, a alíquota crescerá de zero a 10%, seguindo a fórmula definida no texto. Já para os rendimentos iguais ou superiores a R$ 1,2 milhão, a alíquota será de 10%.Nos cálculos iniciais do governo federal, a ampliação da isenção custará R$ 25,8 bilhões por ano. Segundo o Ministério da Fazenda, se o projeto fosse aprovado na forma enviada pelo Executivo, mais de 26,6 milhões de contribuintes ficariam isentos do Imposto de Renda (aproximadamente 65% dos declarantes).*Com informações do Estadão ConteúdoPublicado por Nícolas Robert Leia também Isenção do IR irá injetar dinheiro na economia com sustentabilidade fiscal, diz líder do governo Acredito que vamos ter um apoio tão grande no Senado para IR como foi na Câmara, diz Haddad