A Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, votou para a criação de um conselho de ética para analisar um processo de cassação contra o vereador Bigodini (MDB), nessa quarta-feira (1°/10). O parlamentar é julgado pelo seu comportamento, após confessar ter deixado a namorada, não habilitada, dirigir na madrugada de domingo (28/9).Segundo o requerimento do processo, Bigodini é investigado por quebra de decoro parlamentar — legislação que prevê que qualquer político deve dar o bom exemplo do comportamento, não só em público, como também diante das leis. Durante uma sessão realizada na Câmara Municipal, nessa quarta, 20 parlamentares, dos 21 presentes, votaram a favor da abertura do processo. O presidente da Casa, Isaac Antunes (PL), não vota.O requerimento do processo administrativo foi feito pelo jornalista Rodrigo Leone da Silva e protocolado na Câmara de Vereadores na terça-feira (30/9).Vereador confessou ter deixado namorada sem CNH dirigirEnvolvido em um acidente de trânsito no último domingo (28/9), o parlamentar teve o processo anunciado após confessar ter deixado a namorada, que não possui carteira de habilitação, dirigir. O casal trafegava com um Chevrolet Tracker cinza pela Avenida do Café, na Vila Virgínia, em Ribeirão, quando a mulher perdeu o controle da direção e colidiu com uma árvore. Leia também Na Mira Vídeo: vereadora que defendeu violência contra a mulher pede desculpas São Paulo Vereador sofre acidente de carro após deixar namorada dirigir sem CNH São Paulo SP: Ex-vereador morto no interior tem histórico de facada em bar. Veja Brasil Vereador de Fortaleza pede minuto de silêncio por homem que não morreu O acidente aconteceu às 4h35 de domingo, segundo a Polícia Militar (PM). Imagens registradas nas redes sociais mostram a dupla, junto de terceiros, sendo abordada por policiais após a batida. No vídeo, Bigodini, no entanto, aparece deixando o banco de motorista, mesmo afirmando não ser o condutor no momento do acidente, e outras pessoas saindo do veículo. Ainda é possível ver uma garrafa de bebida alcóolica ser retirada de dentro do carro.VejaProcurada pelo Metrópoles, a PM informou que a mulher se apresentou como a condutora do carro e que admitiu não possuir habilitação para dirigir. Com a constatação de bebida alcoólica no interior do veículo, o casal se recusou a realizar o teste do bafômetro.A mulher e o vereador foram conduzidos à delegacia, onde foram ouvidos e liberados. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado como dirigir sem habilitação ou permissão, e permitir direção de veículo automotor a pessoa não habilitada. O carro foi removido com ajuda de guincho particular e passará pela perícia.O Metrópoles tentou contato com a assessoria de Bigodini, mas ainda não obteve resposta.Conselho elege comissão do processoNa manhã desta quinta-feira (2/9), o Conselho de Ética da Câmara Municipal se reuniu para realização do sorteio dos membros que vão compor a Comissão Processante (CP), que conduzirá o processo de cassação aberto contra o vereador Bigodini (MDB). Foram sorteados os vereadores Franco Ferro (PP), Maurício Vila Abranches (PSDB) e Jean Corauci (PSD), que foi nomeado relator da CP.Após a escolha do relator, foi determinada a expedição de ofícios à Delegacia Seccional de Ribeirão Preto e ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), solicitando informações sobre eventuais apurações do fato que motivou a abertura da representação contra o vereador Bigodini.O Conselho de Ética do Legislativo é composto pelos vereadores Diácono Ramos, presidente, Franco Ferro, vice, e dos membros Maurício Vila Abranches, Brando Veiga (REP), e Jean Corauci.