A Ambipar (AMBP3) tem mais uma sessão de forte queda em meio a um pedido de proteção contra credores que colocou a companhia em uma crise de confiança no mercado.Por volta das 13h18, o papel tinha queda de 33%, a R$ 4,78, mas chegou a cair 45% por volta das 12h35. Desde segunda, o papel já perdeu quase 60% no valor. new TradingView.MediumWidget( { "customer": "moneytimescombr", "symbols": [ [ "AMBP3", "AMBP3" ] ], "chartOnly": false, "width": "100%", "height": "300", "locale": "br", "colorTheme": "light", "autosize": false, "showVolume": false, "hideDateRanges": false, "hideMarketStatus": false, "hideSymbolLogo": false, "scalePosition": "right", "scaleMode": "Normal", "fontFamily": "-apple-system, BlinkMacSystemFont, Trebuchet MS, Roboto, Ubuntu, sans-serif", "fontSize": "10", "noTimeScale": false, "valuesTracking": "1", "changeMode": "price-and-percent", "chartType": "line", "container_id": "d803f7d"} ); Com isso, o papel, uma das grandes estrelas em 2024, quando disparou mais de 1000%, voltou ao patamar de um ano atrás.Cadê o caixa?No radar, está o caixa da companhia. De acordo com uma matéria do Broadcast, do Estado de S. Paulo, alguns credores da Ambipar têm buscado identificar onde ele estaria.Fontes afirmam à agência que a busca pelo caixa da Ambipar vem desde a semana passada e que há indícios de que apenas US$ 80 milhões (pouco mais de R$ 400 milhões) teriam sido encontrados.Ainda segundo um analista que acompanha a companhia, ouvido pelo Broadcast em condição de anonimato, destacou a incoerência da Ambipar ao alegar falta de caixa para honrar compromissos diante de bilhões que foram relatados no demonstrativo.O ponto que já chamava a atenção no relatório da S&P. O documento destaca que a Ambipar reportou uma dívida de curto prazo de R$ 616 milhões, o que representa apenas cerca de 5% da dívida bruta.Ao mesmo tempo, a companhia possuía uma “posição de caixa considerável de R$ 4,7 bilhões” no fim do segundo trimestre.Além da S&P, a agência de risco Fitch também rebaixou a nota de risco a Ambipar, mas foi menos drástica. A agência rebaixou o rating da companhia de ‘BB-‘ para ‘C’, um nível acima do calote. Mas faz um alerta:Foco é evitar a recuperação judicialJá no começo do semana, a companhia contratou a BR Partners (BRBI11) para assessorá-la em sua crise financeira. A informação foi publicada pelo Pipeline e confirmada pelo Money Times.Desde a semana passada, a companhia vive dias de incerteza, após a debandada de diretores e um pedido de proteção judicial, considerado uma espécie de pré-recuperação judicial.Segundo uma fonte ouvida, a expectativa, porém, é que a empresa consiga negociar de forma amigável com os credores, evitando uma RJ.Dividas em cascata: O estopim da criseNo último dia 22, os bonds da Ambipar com vencimento em 2031 desabaram no mercado internacional pouco antes da empresa ter anunciado, via fato relevante, a sua sétima emissão de debêntures, no valor de R$ 3 bilhões.Do outro lado do balcão, o Deutsche Bank não assistiu a tudo isso parado. A instituição exigiu um aditivo de US$ 35 milhões, provocando um efeito em cadeia que poderia acelerar obrigações financeiras em até R$ 10 bilhões.Segundo a revista Veja, o contrato com o banco alemão previa a cobrança do aditivo em caso de desvalorização dos bonds no mercado internacional.Sem alternativas, a Ambipar recorreu à proteção judicial, alegando que o banco exige garantias muito além dos termos contratuais.